Lume faz cozinha, e não mulher fraldida.
A ideia central é que o resultado (cozinhar) se deve ao agente apropriado (o lume), não a alguém que está inapto, ausente ou apenas ornamentado; ou em sentido mais geral, que não se deve atribuir o efeito à pessoa errada.
Versão neutra
É o lume que cozinha, não a pessoa inactiva.
Faqs
- O que quer dizer exatamente este provérbio?
Significa que o resultado deve ser atribuído ao agente ou meio correcto (por exemplo, o lume que cozinha), não a alguém que está inapto ou apenas presente. Em termos gerais, adverte contra atribuir mérito ao factor errado. - Posso usar este provérbio hoje em dia?
Pode ser usado com cautela, preferindo versões neutras. A formulação original é arcaica e pode chocar por ter conotação depreciativa; versões neutras como 'É o lume que cozinha, não a pessoa inactiva' são mais seguras. - É um provérbio machista?
A construção menciona uma 'mulher fraldida' de forma desvalorizante, pelo que hoje é frequentemente considerada sexista. A crítica moderna recomenda evitar expressões que ridicularizem ou diminuam um grupo.
Notas de uso
- Provérbio arcaico e regional; a linguagem é figurada e pode soar ofensiva hoje.
- Usa-se para corrigir atribuições incorretas de mérito ou para sublinhar que ferramentas/processos são os responsáveis directos pelo resultado.
- Pode também implicar crítica a quem está inactivo, pouco preparado ou apenas presente sem agir.
- Por conter expressão que descreve uma mulher como 'fraldida', convém evitar o uso literal em contextos sensíveis.
Exemplos
- Quando o projeto teve sucesso foi preciso dizer que o software automatizado fez grande parte do trabalho — lume faz cozinha, e não mulher fraldida; não foi a decoração do escritório que produziu os resultados.
- Ele tentou levar o crédito pela venda, mas todos lembraram: lume faz cozinha, e não mulher fraldida — foram as campanhas digitais que trouxeram os clientes.
Variações Sinónimos
- É o fogo que cozinha, não a pessoa que não põe mãos à obra.
- Não é a aparência que faz o trabalho, são os meios adequados.
- O instrumento faz o trabalho, não a figura decorativa.
Relacionados
- Não se deve pôr a carroça antes dos bois (ordem das causas e efeitos).
- Não é a roupa que faz o homem (aparência vs. essência).
Contrapontos
- A formulação original ignora que alguém teve de acender e manter o lume — ou seja, a agência humana também é necessária.
- Usar a frase para retirar mérito a pessoas pode ser injusto quando houve esforço humano decisivo.
- Linguagem que refere uma 'mulher fraldida' pode ser considerada pejorativa e sexista; a crítica moderna sublinha a necessidade de expressões que não desvalorizem grupos.
Equivalentes
- English
It's the fire that cooks the meal, not the swaddled woman. (No exact common English proverb; paraphrase: 'Don't attribute the result to the wrong cause' or 'The tool, not the ornament, does the work.') - Spanish
El fuego cocina, no la mujer en pañales. (Paráfrasis usada ocasionalmente; não é um refrán establecido en español.) - French
C'est le feu qui cuisine, pas la femme emmaillotée. (Traduction littérale; pas un proverbe courant en français.)