Mais guarda a vinha o medo que o vinhateiro.
O receio de consequências ou de terceiros protege um bem mais eficazmente do que o cuidado directo do proprietário.
Versão neutra
A vinha é mais protegida pelo receio das consequências do que pelo cuidado do vinhateiro.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que o receio de consequências (punição, perda, vigilância social) pode ser mais eficaz a prevenir danos do que o esforço directo do proprietário ou gestor. - É um provérbio que incentiva a gerir pelo medo?
Não necessariamente; descreve um fenómeno social — a eficácia da dissuasão — e não prescreve que o melhor método de gestão seja o medo. Muitos consideram a vigilância activa, a educação e prevenção mais desejáveis. - Onde e quando se usa este provérbio?
Usa-se em Portugal em contextos coloquiais para comentar situações de segurança, regras ou disciplina, especialmente quando se quer sublinhar o papel da dissuasão. - Tem origem conhecida?
Não há fonte documental única; é um provérbio tradicional ligado a ambientes rurais e à cultura vitícola, hoje aplicado metaforicamente.
Notas de uso
- Usa-se para indicar que a dissuasão (medo de punição, de perda de reputação ou de vigilância externa) é um factor protector mais poderoso do que a vigilância ou o trabalho do dono.
- Aplica-se a contextos onde regras, penas ou a percepção de risco impedem comportamentos indesejados (ex.: segurança, prevenção de furtos, cumprimento de normas).
- Tomar o provérbio literalmente é desaconselhável: não legitima gestão baseada apenas no medo, serve antes para explicar efeitos sociais da dissuasão.
- Registo: popular, proverbial; tom neutro, frequentemente usado em observações práticas ou críticas sociais.
Exemplos
- Na aldeia, ninguém arrisca roubar porque todos sabem que as pessoas vigiam; mais guarda a vinha o medo que o vinhateiro.
- Num escritório com regras rígidas e controlos, mais guarda a contabilidade o receio de auditorias do que o trabalho diário do contabilista.
Variações Sinónimos
- Mais guarda a vinha o medo que o dono.
- O receio protege mais a vinha do que o vinhateiro.
- A vinha é melhor guardada pelo receio do que pela vigilância do homem.
Relacionados
- Mais vale prevenir do que remediar (relacionado com prevenção e dissuasão).
- Quem tem medo não dorme (sobre os efeitos do receio).
- Quem vigia cuida (contraponto que enfatiza vigilância activa).
Contrapontos
- Melhor a vigilância e o cuidado do que o medo: um vinhateiro atento evita problemas com trabalho e controlo.
- A confiança e a educação são formas mais sustentáveis de proteger bens do que gerir com medo.
Equivalentes
- Inglês
Fear guards the vineyard more than the vinedresser. - Espanhol
Más guarda la viña el miedo que el viñador. - Francês
La vigne est mieux gardée par la peur que par le vigneron.