Mal não fazer, e medo não ter
Quem não pratica atos prejudiciais não tem razão para temer culpa, censura ou castigo.
Versão neutra
Se não fizer mal a ninguém, não tem motivo para ter medo.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa-se para encorajar comportamento recto, justificar calma perante críticas ou sublinhar a importância da consciência tranquila em decisões morais e práticas. - Significa que nunca se deve ter medo?
Não. Significa que, em princípio, a ausência de actos prejudiciais retira razão moral para temer; contudo há situações (acusação falsa, erro, injustiça) em que o medo ou precaução são compreensíveis. - É aplicável no contexto legal?
Serve como orientação moral, mas no domínio jurídico a prova, defesa e procedimentos podem exigir precauções mesmo quando se está convicto da própria inocência. - É um provérbio comum em Portugal?
Sim — é uma máxima de transmissão oral que resume a ideia tradicional de que a rectidão afasta a culpa e o receio.
Notas de uso
- Usa-se para justificar ou encorajar comportamento honesto e recto.
- Funciona como consolo para quem age de acordo com a consciência.
- Não é uma garantia legal: inocência moral não impede erros de interpretação, acusações falsas ou injustiças.
- Tom mais comum: proverbial e orientador; adequado em conversas sobre ética, educação e decisões quotidianas.
Exemplos
- Quando me perguntaram se devia assinar o relatório, respondi que agei com transparência — mal não fazer, e medo não ter.
- Ao conduzir com cuidado e respeito pelas regras, sigo a máxima de que, mal não fazendo, não devo temer multas ou reclamações.
- Mesmo diante de críticas, mantenho a calma: procedi corretamente e, por isso, mal não fiz e medo não tenho.
Variações Sinónimos
- Quem não faz mal não tem medo
- Não fazendo mal, não há que temer
- Consciência tranquila não teme
- A consciência limpa não se assusta
Relacionados
- A consciência tranquila não tem medo
- Quem não deve não teme
- Faze o bem sem olhar a quem
Contrapontos
- Inocência moral não impede ser vítima de acusações falsas; às vezes é preciso defender-se mesmo sem culpa.
- Existem sistemas ou situações em que agir corretamente não evita consequências injustas (preconceito, erro burocrático, corrupção).
- O provérbio pressupõe que o que se considera 'mal' é objectivamente reconhecido — nem sempre há consenso sobre o que é justo.
Equivalentes
- inglês
If you do no wrong, you have nothing to fear. - espanhol
Quien no hace mal no tiene por qué temer. - francês
Qui ne fait pas de mal n'a rien à craindre.