Manda o amo ao moço, o moço ao gato, e o gato ao rato.
Retrata uma cadeia de delegação em que ordens e responsabilidades são transferidas sucessivamente, muitas vezes resultando em ineficácia, adiamento ou ausência de cumprimento.
Versão neutra
O patrão manda ao criado, o criado ao gato e o gato ao rato.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Usa-o para comentar crítica ou ironicamente situações em que tarefas ou decisões são sucessivamente transferidas sem que ninguém as resolva. - O provérbio implica falta de competência ou má-fé?
Nem sempre. Pode decorrer de desorganização, falta de clareza nas responsabilidades ou simples inércia; por vezes há má-fé, noutras apenas negligência. - É apropriado num contexto formal, como um relatório?
Em contextos formais é preferível explicar factos concretos (quem decidiu, quem não cumpriu) em vez de usar provérbios; pode, contudo, aparecer em comentário editorial ou discurso crítico.
Notas de uso
- Usa-se para criticar situações em que a responsabilidade é empurrada de pessoa para pessoa sem solução prática.
- Aplicável em contextos domésticos, empresariais e administrativos para apontar falta de responsabilidade clara.
- Pode ter tom humorístico ou censurador, dependendo do contexto e da entoação.
- Não se emprega geralmente como insulto directo; funciona melhor como comentário sobre um sistema ou processo.
Exemplos
- Na reunião, ninguém tomou uma decisão definitiva — foi exactamente o caso de 'manda o amo ao moço, o moço ao gato, e o gato ao rato', e o problema ficou por resolver.
- Quando o projeto falhou, cada departamento disse que não era da sua responsabilidade: um verdadeiro 'manda o amo ao moço, o moço ao gato, e o gato ao rato'.
- Se não queres que isto aconteça, define claramente quem responde pelo processo; caso contrário, vai ser sempre 'manda o amo ao moço...'.
- Na família, quando se planearam as férias, ninguém confirmou as reservas — passou-se a tarefa de um para outro até que já era tarde demais.
Variações Sinónimos
- O amo manda, o criado obedece e ninguém resolve.
- Jogo de empurra
- Passar a batata quente
- Mandar de um ao outro
Relacionados
- Jogo de empurra
- Passar a batata quente
- Quem manda não faz
- Quem manda, obedece
Contrapontos
- Quem não tem telhado não atira pedras (aqui destaca a necessidade de responsabilidade pessoal)
- Cada um na sua função — quando a responsabilidade é assumida, as coisas avançam
- Quem quer faz, quem não quer arranja desculpas (enfatiza iniciativa em vez de delegação passiva)
- A verdade aparece nas contas — responsabilidade não se evita para sempre
Equivalentes
- Inglês
Literal: "The master orders the servant, the servant the cat, and the cat the mouse." Equivalente de sentido: "to pass the buck" (passar a responsabilidade). - Espanhol
Equivalente de sentido: "pasar la patata caliente" / "patear hacia adelante" (jogo de empurra). - Francês
Equivalente de sentido: "se renvoyer la balle" (passar a responsabilidade de uns para outros). - Alemão
Equivalente de sentido: "Verantwortung abschieben" (descarregar a responsabilidade).