Moço de frade, manda-o comer e não que trabalhe.
Refere‑se a alguém protegido, mimado ou acomodado que é servido em vez de ser solicitado a trabalhar; usado para criticar privilégios ou justificar indulgência por inexperiência.
Versão neutra
Pessoa protegida por uma autoridade é tratada com indulgência e não é obrigada a trabalhar.
Faqs
- O que significa este provérbio?
Significa que uma pessoa protegida ou favorecida por outro (por exemplo, por um superior) é tratada com indulgência e não é chamada a realizar trabalho; pode criticar privilégio ou justificar leniência por inexperiência. - Quando posso usar esta expressão?
Em contextos informais para comentar situações em que alguém é claramente poupado ao trabalho ou usufrui de privilégios; pode ser usado de forma irónica ou crÃtica. - É ofensivo usar‑lo?
Depende do tom e do contexto. Pode ser percebido como crÃtico ou depreciativo se aplicado a uma pessoa concreta; em conversas neutras descreve um fenómeno social. - Tem origem religiosa?
O provérbio refere‑se a 'frade' no sentido cultural e histórico (ordens religiosas), mas a origem exacta não é documentada; a frase apela à ideia de alguém ligado a uma instituição que o protege.
Notas de uso
- Tom geralmente crÃtico ou irónico; pode indicar desagrado perante preguiça ou privilégio.
- Usa‑se tanto para descrever situações em que alguém é deliberadamente isento de trabalho como para desculpar inexperiência.
- Registro coloquial e proverbinal; comum em contextos informais em Portugal.
- Não se trata de recomendação moral literal, mas de observação social sobre tratamento diferenciado.
Exemplos
- Quando o novo assistente chegou protegido pelo director e nunca foi chamado a colaborar, comentaram: «Isto é um caso de moço de frade: manda‑o comer e não que trabalhe.»
- Ao verem o sobrinho do presidente sentado à mesa enquanto os outros limpavam, disseram em voz baixa: «Moço de frade, manda‑o comer e não que trabalhe.»
Variações Sinónimos
- Moço de frade: dá‑lhe de comer, não o ponhas a trabalhar.
- O moço do frade não é para o trabalho, é para ser servido.
- Moço de frade — criado para comer, não para trabalhar.
Relacionados
- Quem não trabalha não come (contraponto directo)
- Cada macaco no seu galho (sobre papéis)
- Casa de ferreiro, espeto de pau (sobre incoerência)
Contrapontos
- Quem não trabalha não deve comer.
- O trabalho dignifica e é dever de todos contribuir.
- Não há recompensa sem esforço.
Equivalentes
- Inglês
Friar's boy: feed him, don't make him work. (literal) / Someone sheltered by privilege is not expected to do the work. - Espanhol
Muchacho de fraile: déjalo comer y no le hagas trabajar. - Francês
Garçon de frère: fais‑le manger, ne le fais pas travailler. (literal) / Quelqu'un de protégé ne doit pas travailler.