É preferível possuir algo próprio, mesmo que gasto ou danificado, do que usar ou depender de bens que pertencem a outra pessoa.
Versão neutra
É preferível ter o seu próprio, ainda que estragado, do que usar aquilo que pertence a outra pessoa.
Faqs
Qual é a origem deste provérbio? Trata‑se de um provérbio popular português com origem na tradição oral; não há registo de um autor ou data precisos.
Quando devo usar este provérbio? Use‑o para enfatizar preferência pela posse honesta e autonomia, especialmente em contextos informais sobre bens ou independência pessoal.
Pode ser considerado ofensivo ou antiquado? Pode soar conservador ou orgulhoso em certos contextos, especialmente onde a partilha e a economia circular são valorizadas. Evite‑o quando recusar legítima ajuda ou apoio social.
Notas de uso
Aplica‑se principalmente a bens materiais (roupa, objectos), mas pode usar‑se figurativamente em relação a independência, reputação ou relações.
Expressa um valor cultural favorável à posse honesta e à autonomia em detrimento do aparente benefício de algo alheio.
Não deve ser usado como justificação para recusar ajuda quando esta é necessária; é um juízo de preferência pessoal, não uma regra moral absoluta.
Forma mais comum em registos antigos; hoje pode soar conservador em contextos de economia partilhada ou consumo responsável.
Exemplos
Mesmo com a camisola remendada, ele recusou a emprestada: melhor é roto que alheio.
Quando lhe ofereceram um carro alugado para a cerimónia, respondeu que preferia ir no seu, por melhor ou pior — melhor é roto que alheio.
Na discussão sobre aceitar um benefício duvidoso, Maria recordou o provérbio: mais vale o nosso, ainda que imperfeito, do que o alheio.
Variações Sinónimos
Antes roto que alheio.
Melhor roto que emprestado.
Mais vale o seu, ainda que gasto, do que o de outrem.
Relacionados
Mais vale ter do que dever (semelhante ênfase na posse segura).
Mais vale o pouco que é teu do que o muito que vem de fora (variação temática).
Contrapontos
Quem empresta, ajuda (valoriza a partilha e a assistência em vez da recusa por orgulho).
Em tempos de consumo sustentável, reutilizar ou partilhar pode ser preferível a possuir sempre (contraponto prático).
Frases que promovem risco e mudança, como 'quem não arrisca não petisca', defendem a procura do melhor em vez de contentar‑se com o que se tem.
Equivalentes
inglês Better to have your own, even if worn, than someone else's (literal/explicativo).
espanhol Mejor lo propio, aunque esté roto, que lo ajeno.
francês Mieux vaut posséder son bien, même abîmé, que celui d'autrui.