Não acordes o gato que dorme.
Conselho para não provocar ou reabrir uma situação pacificada; deixar algo como está para evitar problemas desnecessários.
Versão neutra
Não provoques alguém ou uma situação que está calma; deixa as coisas em paz se as consequências de as mexer forem piores.
Faqs
- Quando é adequado usar este provérbio?
Quando uma intervenção tem mais probabilidade de causar problemas do que de resolver; por exemplo, num assunto resolvido que poderia reabrir animosidades sem ganho claro. - Pode este provérbio ser usado como desculpa para não agir?
Sim — é preciso distinguir prudência de evasão. Não deve servir para justificar a omissão perante riscos, ilegalidades ou situações que exijam intervenção. - Por que há versões com 'gato' e 'cão'?
São variações idiomáticas regionais e estilísticas. O sentido central (não provocar o que está sossegado) mantém‑se independentemente do animal usado. - Tem origem conhecida?
Não há origem única identificada; trata‑se de sabedoria popular com equivalentes em muitas línguas e culturas.
Notas de uso
- Usa-se para aconselhar prudência, sobretudo quando mexer em determinado assunto pode causar conflito ou consequências indesejadas.
- Aplicável em contextos pessoais, familiares, profissionais e diplomáticos — sempre que a intervenção é mais arriscada do que benéfica.
- Tom: geralmente informal a neutro. Pode soar condescendente se usado para evitar responsabilidades.
- Aviso prático: não deve ser usado como pretexto para ignorar problemas sérios (risco, ilegalidade, injustiça).
Exemplos
- O chefe sugeriu voltar a rever processos antigos, mas eu disse: "Não acordes o gato que dorme" — aquilo funcionou e não vale a pena mexer agora.
- Depois da reconciliação, prefere-se não mencionar antigos desentendimentos: às vezes é melhor não acordares o gato que dorme.
Variações Sinónimos
- Não acordes o cão que dorme
- Deixa o que está sossegado
- Não mexas no que está bem
- Não provoques o que está calmo
Relacionados
- Let sleeping dogs lie (equivalente inglês)
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (diferença: prefere o seguro ao arriscado)
- Não ponhas o dedo onde te pode picar (conselho de prudência)
Contrapontos
- Quando a situação envolve perigo ou injustiça, confrontar o problema pode ser obrigatório (ex.: denunciar um risco de segurança).
- Adiar resolução de conflitos pode permitir que problemas piorem; em alguns casos é preciso "acordar o gato" para resolver de vez.
- Usado indevidamente, o provérbio pode servir para justificar negligência ou omissão de responsabilidades.
Equivalentes
- inglês
Let sleeping dogs lie. - espanhol
No despiertes al perro que duerme. - francês
Il ne faut pas réveiller le chat qui dort. - italiano
Non svegliare il cane che dorme.