Não há boi cansado, nem cantor bem medrado.
Provérbio rural/arcaico que sugere que a resistência e a competência resultam do trabalho e da prática; usado muitas vezes com tom crítico ou irónico face a queixas ou a pretensões.
Versão neutra
Não existe boi que se anuncie cansado, nem cantor que se torne bom sem trabalho.
Faqs
- O que significa exatamente este provérbio?
Grosso modo transmite a ideia de que a resistência e a competência resultam do trabalho e da prática; costuma ser usado para contestar queixas ou para sublinhar que ninguém se torna bom sem esforço. - Quando devo usar este provérbio?
Em contexto informal, sobretudo para responder de forma irónica a quem se queixa de esforço ou para sublinhar a importância da prática. Evite-o quando a fadiga for legítima ou em ambientes sensíveis. - Qual é a origem do ditado?
A origem exacta não está documentada aqui; trata-se de um provérbio de matriz rural e de registo arcaico, transmitido por tradição oral.
Notas de uso
- Principalmente usado em contextos rurais ou coloquiais; tem registo arcaico.
- Tom frequente: irónico ou corretivo — serve para responder a quem se queixa ou a quem pretende aparentar facilidade sem esforço.
- Pode ser interpretado de formas distintas; convém ter cuidado no uso para não desvalorizar fadiga legítima.
- Não se trata de um provérbio de uso corrente em ambientes formais; aparece mais em falas provinciais e tradições orais.
Exemplos
- Quando o sobrinho começou a queixar-se do trabalho no campo, o avô retrucou: «Não há boi cansado, nem cantor bem medrado», lembrando que era preciso habituar-se ao esforço.
- Numa conversa sobre quem domina uma arte, disse-se: «Não há boi cansado, nem cantor bem medrado» — ou seja, a habilidade vem com prática e trabalho, não com desculpas.
Variações Sinónimos
- Não há boi que se canse, nem cantor que nasça bem aprendido.
- Não existe animal cansado, nem músico bem formado sem trabalho.
Relacionados
- A prática leva à perfeição.
- Caiu do cavalo, levanta-se e segue.
- De grão em grão enche a galinha o papo.
Contrapontos
- Pode ser usado para envergonhar ou desvalorizar quem sente fadiga legítima ou enfrenta limites físicos.
- Não reconhece situações em que o cansaço é patológico ou consequência de exploração.
- Interpretações literais (por exemplo, sobre o bem-estar animal) não são apropriadas no discurso moderno sobre trabalho e saúde.
Equivalentes
- inglês
Practice makes perfect; hard work builds endurance. - espanhol
La práctica hace al maestro. - francês
C'est en forgeant qu'on devient forgeron. - alemão
Übung macht den Meister.