Não há sapato bonito que não dê em chinelo feio.
Observação de que aquilo que é novo, vistoso ou desejável tende a gastar‑se, perder o brilho ou tornar‑se comum com o uso e o tempo.
Versão neutra
Qualquer sapato bonito acaba por se transformar num chinelo gasto.
Faqs
- Qual é o significado deste provérbio?
Significa que aquilo que é novo, bonito ou valorizado tende a perder as suas qualidades originais com o tempo e o uso, tornando‑se comum ou gasto. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer sublinhar a inevitabilidade do desgaste material ou simbólico — por exemplo sobre bens de consumo, modas passageiras ou prestígio sem substância. - Este provérbio é pessimista?
Tem um tom resignado ou realista; pode parecer pessimista, mas também funciona como advertência prática para cuidar e preservar o que se tem. - Conhece‑se a origem histórica do provérbio?
Não há registo de origem precisa; trata‑se de uma metáfora popular baseada na experiência quotidiana do desgaste. - É ofensivo usar‑lo sobre pessoas?
Pode ser interpretado como desdenhoso ou redutor se aplicado a alguém. É preferível reservar‑lhe o uso para objectos, situações ou avaliações gerais.
Notas de uso
- Usa‑se para comentar a fragilidade da aparência ou do prestígio de objetos, situações ou mesmo pessoas quando sujeitos ao uso, à rotina ou ao tempo.
- Tom frequentemente resignado ou cauteloso; pode transmitir realismo ou cinismo consoante o contexto.
- Registo coloquial; adequado em conversas informais e textos reflexivos, menos em contextos académicos formais.
- Evitar usar como ataque pessoal — aplicado a pessoas pode ser percebido como desvalorizador.
- Pode servir como aviso prático: manutenção e cuidado prolongam a vida útil de algo, contrariando noções de inevitabilidade.
Exemplos
- Comprámos uma mobília muito elegante, mas com três crianças em casa percebeu‑se a verdade do provérbio: não há sapato bonito que não dê em chinelo feio.
- Ao falar da moda efémera, o professor comentou que, para marcas sem manutenção da qualidade, não há sapato bonito que não dê em chinelo feio.
- Diz‑se isto quando alguém se desilude com um carro de prestígio que se torna caro de manter: serve de lembrete prático sobre custos ocultos.
Variações Sinónimos
- Nem o melhor sapato dura para sempre.
- Não há sapato que não acabe por se gastar.
- Tudo o que é novo se desgasta.
Relacionados
- Tudo o que é bom dura pouco.
- Nada é eterno.
- O tempo tudo devora.
Contrapontos
- Com manutenção e cuidado, objetos e relações podem conservar‑se por muito tempo.
- Qualidade inicial e usos moderados reduzem o desgaste — o fim não é sempre inevitável.
Equivalentes
- inglês
All good things must come to an end (equivalente geral sobre a transitoriedade). - espanhol
No hay zapato tan bonito que no acabe en chancla fea (tradução literal, usado de forma coloquial). - francês
Il n'y a pas de chaussure si belle qui ne finisse par être usée (tradução literal/explicativa). - português (Brasil)
Não existe sapato bonito que não acabe virando um chinelo gasto (variação literal e de uso coloquial).