Não julgues para não seres julgado
Adverte contra a crítica precipitada aos outros, lembrando que quem julga pode ser julgado nas mesmas medidas.
Versão neutra
Não critique os outros se não quiseres ser criticado.
Faqs
- O provérbio significa que nunca devemos criticar ninguém?
Não necessariamente. Significa sobretudo evitar julgamentos precipitados e hipócritas. A crítica fundamentada, responsável e feita com objetivos construtivos continua a ser legítima. - É um provérbio de origem religiosa?
Sim — a fórmula aparece no Evangelho segundo Mateus (7:1) e foi adotada pela tradição como recomendação ética de âmbito mais amplo. - Posso usar este provérbio para defender alguém que está a fazer algo errado?
Pode servir para pedir cautela no modo como se critica, mas não deve ser usado para justificar ou esconder comportamentos que exigem intervenção ou responsabilidade.
Notas de uso
- Utilizado para dissuadir julgamentos morais rápidos e hipócritas sobre o comportamento alheio.
- Frequentemente invocado em discussões pessoais para pedir tolerância ou evitar confrontos desnecessários.
- Pode servir de lembrete de humildade: reconhecer imperfeições próprias antes de criticar os outros.
- Não deve ser usada para impedir responsabilidade legítima nem para silenciar críticas construtivas ou acções legais.
Exemplos
- Quando um colega falou mal do trabalho dela por ter cometido um erro, ela respondeu: “Não julgues para não seres julgado” e explicou o contexto antes de criticar.
- Numa reunião, o chefe recordou a equipa: “Não julgues para não seres julgado”, pedindo que analisassem os facto com mais cuidado antes de tirar conclusões.
Variações Sinónimos
- Não julgueis, para não serdes julgados.
- Não julgues os outros se não queres ser julgado.
- Não critiques para não seres criticado.
- Antes de julgares, examina-te a ti próprio.
Relacionados
- Antes de apontares o dedo, veja a trave no teu olho (ou seja, verifica as tuas faltas primeiro).
- Quem tem telhados de vidro não devia atirar pedras.
- Cada um colhe o que semeia (por vezes invocado em paralelo à reciprocidade do julgamento).
Contrapontos
- Há situações em que o julgamento é necessário: decisões judiciais, avaliações profissionais ou proteção de terceiros.
- O provérbio não legitima impunidade; responsabilidade e crítica fundamentada continuam a ser necessárias.
- Usá-lo para calar críticas legítimas ou para evitar prestar contas é uma interpretação inadequada.
Equivalentes
- Inglês
Judge not, that ye be not judged. (Biblical; Matthew 7:1) - Espanhol
No juzgues, para que no seas juzgado. - Latim
Noli iudicare, ut non iudiceris. - Francês
Ne jugez pas, afin de n'être pas jugé.