Não se encomendam botas aos alfaiates.
Não se deve pedir a alguém que faça algo para o qual não tem competências ou experiência; atribuir tarefas conforme aptidões.
Versão neutra
Não se pede a quem não tem competências para determinada tarefa que a realize.
Faqs
- O que significa este provérbio de forma simples?
Significa que não se deve pedir a alguém que faça algo para o qual não tem as competências ou a experiência necessárias. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer sublinhar a inadequação de atribuir uma tarefa a quem não está qualificado, especialmente em decisões de trabalho ou responsabilidades técnicas. - Pode ser considerado ofensivo?
Pode soar depreciativo se usado para recusar ajuda sem oferecer alternativas; convém explicitar razões e propor soluções construtivas. - O provérbio impede a formação ou a polivalência?
Não. Indica uma limitação actual de competências, mas não exclui a possibilidade de aprender ou de treinar para novas funções.
Notas de uso
- Usado para sublinhar a inadequação de pedir a uma pessoa uma tarefa fora da sua área de competência.
- Empregado tanto em contextos profissionais (gestão de equipas, contratação) como pessoais (família, amigos).
- Tom frequentemente irónico ou cauteloso; pode soar crítico se usado para recusar responsabilidades.
- Não deve servir de pretexto para discriminar ou impedir aprendizagem e desenvolvimento profissional.
Exemplos
- Na reunião, insistiram que o contabilista definisse a estratégia digital — expliquei que não se encomendam botas aos alfaiates e propus chamar o departamento de marketing.
- Pedi ao meu vizinho, que é marceneiro, para arranjar o computador; ele riu-se e disse que não se encomendam botas aos alfaiates — convém levar a máquina a um técnico.
- Quando a empresa precisa de traduzir documentos legais, não se encomendam botas aos alfaiates: devemos contratar um jurista ou tradutor especializado.
Variações Sinónimos
- Não se pedem sapatos ao alfaiate
- A cada um o seu ofício
- Cada macaco no seu galho
- Não se pede a um peixe que suba à árvore
Relacionados
- A cada macaco o seu galho
- Cada um no seu ofício
- Quem muito abarca pouco aperta (como aviso sobre responsabilidades)
- Não se faz omeleta sem quebrar ovos (contraponto sobre adaptação)
Contrapontos
- Em contextos de emergência ou escassez de recursos, é aceitável que pessoas desempenhem funções fora da sua área — flexibilidade pode ser necessária.
- A formação e a polivalência permitem que alguém adquira competências novas; o provérbio não invalida a aprendizagem.
- Em equipas pequenas, pedir a alguém para desempenhar uma função diferente pode ser inevitável e uma oportunidade de crescimento.
Equivalentes
- Inglês
Don't ask a tailor to make boots (literal) / Don't expect a fish to climb a tree (idiomatic) - Espanhol
No se le piden botas a un sastre - Francês
On ne demande pas de bottes à un tailleur - Alemão
Man fragt keinen Schneider nach Stiefeln (literal) / Jedem Tierchen sein Pläsierchen (semelhante em sentido)