Nas coisas necessárias unidade, nas coisas duvidosas liberdade, em todas as coisas caridade.
Provérbios Latinos
Nas questões essenciais procura-se unidade; nas questões incertas aceita-se liberdade de opinião; em todas as situações deve prevalecer o amor e o respeito mútuo.
Versão neutra
No que for essencial, unidade; no que for duvidoso, liberdade; em tudo, caridade.
Faqs
- Quem escreveu este provérbio?
A fórmula é tradicionalmente atribuída a Peter Meiderlin (Rupertus Meldenius), no início do século XVII, e foi mais tarde popularizada por vários autores e líderes religiosos. A atribuição exacta é objeto de notas históricas e adaptações. - O que significam exactamente "coisas necessárias" e "coisas duvidosas"?
"Coisas necessárias" refere-se a princípios ou normas consideradas fundamentais para o funcionamento de um grupo ou para a defesa de valores essenciais. "Coisas duvidosas" são assuntos secundários, controversos ou onde não há consenso claro. A delimitação depende do contexto e pode ser disputada. - É um apelo à indiferença perante conflitos?
Não necessariamente. O provérbio propõe prioridades: unidade nas questões fundamentais, tolerância nas secundárias e uma atitude benevolente em todas. Não justifica conivência com violações de direitos ou injustiças. - Como aplicar esta máxima no trabalho em equipa?
Defina coletivamente o que é essencial para a missão da equipa, permita debate e autonomia em práticas secundárias, e mantenha comunicação respeitadora e construtiva para preservar relações e eficácia.
Notas de uso
- Contextos comuns: diálogo interconfessional, mediação de conflitos, coordenação de equipas e debates públicos onde se distinguem prioridades.
- Registo: formal ou neutro — costuma aparecer em textos teológicos, políticos e de gestão de conflitos.
- Quando citar: ao propor princípios de convivência que equilibrem coesão (unidade) e pluralidade (liberdade), sempre sublinhando o papel da benevolência (caridade).
- Cautelas: «Necessárias» e «duvidosas» são termos sujeitos a interpretação; a máxima não autoriza silenciar abusos ou violações de direitos sob o pretexto de «unidade».
- História e atribuição: embora associada a Meldenius e depois a figuras como John Wesley, a formulação foi retomada e adaptada por várias tradições.
Exemplos
- Numa reunião de direção, o grupo concordou em manter unidade nas decisões estratégicas, permitir discussões livres sobre procedimentos secundários e tratar-se sempre com respeito.
- Num debate teológico, os intervenientes aplicaram a máxima: uniram-se nas crenças fundamentais, aceitaram interpretações diferentes sobre pontos menores e mantiveram um tom caritativo.
- Ao discutir políticas escolares, defenderam que as regras básicas fossem comuns a todos, deixando espaço para opções locais em temas menos centrais, e priorizando o diálogo construtivo.
Variações Sinónimos
- No essencial, unidade; no não essencial, liberdade; em tudo, caridade.
- In necessariis unitas, in non necessariis libertas, in utrisque caritas. (latim)
- Nas coisas essenciais, unidade; nas secundárias, liberdade; em tudo, amor.
Relacionados
- Viver e deixar viver
- Tolerância
- Unidade na diversidade
- Princípio da caridade interpretativa (hermenêutica)
Contrapontos
- Buscar unidade a qualquer custo pode encobrir violações de princípios éticos fundamentais — nem tudo o que é 'necessário' é consensual.
- Apelar constantemente à «liberdade» nas questões duvidosas pode impedir a salvaguarda de normas básicas ou direitos.
- A ênfase exclusiva na caridade pode levar à passividade diante de injustiças que exigem ação firme.
Equivalentes
- Latim
In necessariis unitas, in non necessariis libertas, in utrisque caritas. - Inglês
In essentials unity, in non-essentials liberty, in all things charity. - Espanhol
En lo esencial, unidad; en lo dudoso, libertad; en todo, caridad. - Francês
Dans l'essentiel l'unité, dans le doute la liberté, en tout la charité.