Ninguém pode dar o que não tem.

Não se pode oferecer, transmitir ou ajudar com algo que não se possui — seja recurso, conhecimento ou capacidade.

Versão neutra

Não se pode dar aquilo que não se tem.

Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer explicar limitação objetiva de recursos ou capacidades — por exemplo, recusar um pedido financeiro ou admitir falta de conhecimento técnico.
Pode ser usado como desculpa para não ajudar?
Sim, pode servir de justificação. Por isso, convém distinguir entre limitações legítimas e evasões morais, e considerar alternativas como pedir ajuda a terceiros ou encontrar soluções criativas.
Aplica-se apenas ao dinheiro?
Não. Aplica-se também a tempo, energia, paciência, competências e conhecimento — qualquer coisa que seja necessária para dar ou transmitir algo a outrem.

Usa-se tanto no sentido literal (recursos materiais) como no figurado (conhecimento, tempo, paciência).
Serve para justificar limites objectivos, mas não deve ser usado para evitar responsabilidade moral quando existem alternativas (empréstimos, redistribuição, criatividade).
É comum em conversas sobre finanças, capacidades profissionais, educação e apoio emocional.

A família não conseguiu emprestar dinheiro ao vizinho porque também estava a passar dificuldades — ninguém pode dar o que não tem.
Um professor não consegue ensinar conceitos que desconhece; antes de orientar os alunos, tem de formar-se — ninguém pode dar o que não tem.

Não se tira de onde não há (significa que é impossível distribuir algo que não existe).
Dar não é só ter (reflete a ideia de que dar envolve decisão e obrigação moral, não apenas posse).

Mesmo sem possuir um recurso, é possível ajudar recorrendo a empréstimos, parcerias ou mobilização de terceiros.
Generosidade e sacrifício podem levar alguém a dar mais do que tem no curto prazo, impondo um custo futuro.
A criatividade (trocas, favores, tempo) permite oferecer contributos que não são estritamente materiais e contorna parcialmente o princípio do provérbio.