Ninguém pode ser juiz em causa própria.
Uma pessoa não deve julgar ou decidir sobre questões em que tem interesse pessoal, para garantir imparcialidade e evitar conflito de interesses.
Versão neutra
Uma pessoa não deve decidir sobre assuntos nos quais tem interesse pessoal direto.
Faqs
- Quando devo invocar este provérbio?
Use‑o para pedir que alguém se abstenha de decidir em matérias em que tem interesse pessoal ou para justificar a substituição do decisor por motivos de imparcialidade. - Existem exceções legais?
Sim. Em alguns casos as partes podem renunciar ao impedimento (por acordo) ou a lei prevê mecanismos de mitigação. A aplicação concreta depende do ordenamento jurídico e das regras internas. - Como se evita esse problema numa organização?
Adotando regras claras de conflito de interesses: divulgação prévia, abstenção em votos relevantes, recusa de participação em decisões e designação de decisores independentes.
Notas de uso
- É frequentemente invocado em contexto jurídico para afastar juízes, árbitros ou decisores com interesse direto no resultado.
- Usa-se também em linguagem corrente para criticar situações em que alguém toma decisões sobre assuntos em que é parte interessada (por exemplo, em comissões internas, associações ou empresas).
- Não se limita a juízes formais; aplica-se a qualquer pessoa com poder decisório relevante sobre algo que lhe beneficia diretamente.
- A aplicação prática depende do grau de interesse e do risco de parcialidade; nem todo interesse pessoal implica automaticamente impedimento, mas exige avaliação.
Exemplos
- Num conselho de administração, se o diretor financeiro tem uma participação na empresa fornecedora, ele deve abster‑se de votar na decisão de contratação — ninguém pode ser juiz em causa própria.
- Quando a irmã do presidente do clube concorreu ao cargo, vários membros recusaram‑se a aceitá‑la na comissão eleitoral por entenderem que ninguém pode ser juiz em causa própria.
- Se um funcionário avalia o seu próprio pedido de promoção, o melhor é que outro responsável faça a avaliação para evitar qualquer conflito de interesses.
Variações Sinónimos
- Não se pode ser juiz na própria causa
- Ninguém deve julgar os seus próprios assuntos
- Nemo iudex in causa sua (Latim)
Relacionados
- Conflito de interesses
- Imparcialidade
- Recusa/impedimento de juiz
- «A justiça não deve só ser feita, deve parecer que é feita» (princípio da aparência de imparcialidade)
Contrapontos
- Existem situações em que as partes aceitam expressamente que alguém com interesse decida (por exemplo, arbitragem ad hoc por acordo das partes).
- Em contextos informais ou em organizações muito pequenas, pode haver práticas onde quem tem interesse participa nas decisões por necessidade prática — embora isso reduza a perceção de imparcialidade.
- Nem todo interesse pessoal implica automaticamente uma decisão inválida; a lei e as regras internas costumam avaliar a intensidade do interesse e a possibilidade de mitigação (abstenção, divulgação, substituição).
Equivalentes
- Inglês
No one can be a judge in his own cause. - Espanhol
Nadie puede ser juez en su propia causa. - Latim
Nemo iudex in causa sua.