Ninguém é bom juiz, nem mau advogado, em causa própria

Ninguém é bom juiz, nem mau advogado, em causa p ... Ninguém é bom juiz, nem mau advogado, em causa própria

Alerta para a parcialidade: quem tem interesse directo numa questão não consegue avaliar nem defender imparcialmente essa mesma questão.

Versão neutra

Quem tem interesse numa questão não consegue ser imparcial ao julgá‑la nem ao defendê‑la.

Faqs

  • Quando devo citar este provérbio?
    Use‑o para justificar a necessidade de um árbitro ou avaliador independente sempre que alguém tiver um interesse directo no resultado. Evite‑o como ataque pessoal sem fundamentação.
  • Significa que a opinião da pessoa é sempre inválida?
    Não. Significa apenas que a opinião pode estar enviesada. Deve ser complementada por fontes independentes ou por critérios objetivos.
  • Como reduzir o efeito descrito pelo provérbio?
    Recorrendo a avaliações externas, declarando conflitos de interesse, usando métodos padronizados e verificáveis e criando processos de revisão por pares.

Notas de uso

  • Usar para recordar que existe um conflito de interesses quando alguém avalia ou defende a própria causa.
  • Aplicável em contextos legais, profissionais e pessoais; não é uma acusação, mas um aviso sobre viés.
  • Evitar empregar o provérbio de forma pejorativa sem provas — melhor usar para justificar a necessidade de um terceiro imparcial.
  • No termo 'mau advogado' subentende-se que a defesa de interesses próprios tende a ser parcial, não necessariamente incompetente.

Exemplos

  • Quando Pedro propôs aquela solução para o conflito entre departamentos, Maria lembrou que 'ninguém é bom juiz, nem mau advogado, em causa própria' — sugeriu trazer um consultor externo.
  • Num divórcio, é comum que cada parte exagere determinados factos; por isso o juiz insistiu em provas documentais e declarou: 'não podemos confiar apenas no julgamento das partes, ninguém é bom juiz em causa própria'.

Variações Sinónimos

  • Em causa própria ninguém é bom juiz
  • Não se é juiz imparcial da própria causa
  • Ninguém julga bem a sua própria causa
  • Ninguém é juiz e parte

Relacionados

  • Cada um puxa a brasa à sua sardinha (interesse próprio)
  • Nemo judex in causa sua (princípio jurídico: ninguém deve julgar caso próprio)
  • Conflito de interesses (conceito ético e jurídico)

Contrapontos

  • Em assuntos técnicos nos quais alguém tem experiência directa, o seu testemunho pode ser valioso se for devidamente verificado por terceiros.
  • Mecanismos de transparência, auditoria ou supervisão externa podem reduzir o viés mesmo quando as partes envolvidas têm interesses.
  • Em pequenas decisões pessoais (ex.: escolher a própria casa), o julgamento pessoal é aceitável porque o interesse próprio é natural e esperado.

Equivalentes

  • Latim
    Nemo judex in causa sua
  • Inglês
    No man is a good judge in his own cause
  • Espanhol
    Nadie es buen juez en su propia causa
  • Francês
    Nul n'est juge en sa propre cause