No fim da vida, tudo se olvida.
Afirma que, com o passar do tempo e especialmente na velhice ou junto do fim da vida, as lembranças, os rancores e os acontecimentos perdem intensidade ou são esquecidos.
Versão neutra
Com o tempo, muitas coisas acabam por ser esquecidas.
Faqs
- Significa que a velhice faz esquecer tudo?
Não necessariamente. O provérbio generaliza uma ideia cultural: muitas coisas perdem importância com o tempo, mas a memória varia muito entre indivíduos; algumas lembranças podem persistir e existem condições médicas que afetam a memória. - Posso usar este provérbio para consolar alguém?
Sim, pode ser usado para consolar ao relativizar mágoas passadas, mas convém ter sensibilidade: para quem sofre de perda recente ou trauma, a expressão pode soar a desvalorização do sofrimento. - É apropriado em contextos formais?
Em contextos formais, especialmente académicos ou clínicos, é preferível usar linguagem mais precisa que reconheça a complexidade da memória e do envelhecimento. - O provérbio tem conotação ética problemática?
Pode ter: usado de forma imprudente, serve para evitar responsabilidades ou justificar negligência. Deve‑se evitar essa instrumentalização.
Notas de uso
- Usa-se frequentemente para relativizar conflitos, perdas ou mágoas, sugerindo que não vale a pena guardar ódios por muito tempo.
- Pode ser empregue de forma consoladora (para diminuir a importância de sofrimentos passados) ou de forma resignada (aceitar o esquecimento inevitável).
- Não é uma afirmação científica universal: nem todos esquecem com a idade, e determinadas memórias (positivas ou traumáticas) podem permanecer.
- Deve evitar‑se como justificação para negligência de cuidados a pessoas idosas ou para negar responsabilidade por ações passadas.
Exemplos
- Depois da discussão sobre a herança, a irmã disse que não queria guardar rancor: «No fim da vida, tudo se olvida.»
- Os amigos repetiam que não valia a pena continuar a brigar — com o tempo tudo se esquece e as mágoas perdem força.
- Os médicos lembraram que existiam diferenças entre esquecimento normal associado à idade e doenças como a demência; por isso, «no fim da vida, tudo se olvida» não deve ser tomado como regra absoluta.
Variações Sinónimos
- Com o tempo tudo se esquece.
- Na velhice, tudo se esquece.
- O tempo apaga as coisas.
- O tempo cura e faz esquecer.
- Ao fim da vida, as mágoas esmorecem.
Relacionados
- O tempo é o melhor remédio.
- Mais vale perdoar do que guardar rancor.
- O tempo cura tudo.
Contrapontos
- Nem todas as pessoas esquecem com a idade; a memória pode manter‑se íntegra e lembranças importantes persistem.
- Traumas e perdas podem permanecer vivos e afectar a saúde mental a longo prazo, contrariando a ideia de que «tudo se olvida».
- Usar o provérbio para justificar a falta de apoio a idosos ou para escamotear responsabilidades é eticamente problemático.
- A perda de memória patológica (ex.: demência) é uma condição médica complexa e não equivale à ideia simplista do provérbio.
Equivalentes
- espanhol
Al fin de la vida, todo se olvida. - inglês
In the end of life, everything is forgotten. - francês
À la fin de la vie, on oublie tout. - italiano
Alla fine della vita, tutto si dimentica.