O asno agüenta a carga, mas não a sobrecarga.
Algo ou alguém pode suportar um encargo razoável, mas tem limites; excesso de peso ou responsabilidade provoca falha ou colapso.
Versão neutra
O asno aguenta a carga, mas não a sobrecarga.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Usa-se para alertar que uma pessoa, equipamento ou sistema já tem uma carga adequada e que adicionar mais tarefas ou peso pode causar falha. É apropriado quando se quer defender limites e pedir redistribuição de responsabilidades. - É ofensivo chamar alguém de 'asno' ao usar o provérbio?
O provérbio refere-se ao asno como metáfora do trabalhador ou do recurso, não necessariamente como insulto. Ainda assim, o tom e o contexto são importantes: usado de forma depreciativa pode ofender. - Serve sempre como justificação para não colaborar?
Não. Serve como aviso sobre limites reais. Deve acompanhar-se de alternativas práticas (redistribuir tarefas, pedir ajuda, ajustar prazos) em vez de ser apenas uma desculpa. - Tem origem histórica conhecida?
Não há origem documentada específica para esta formulação. Remete a imagens tradicionais do asno como animal de carga e ao princípio universal de que qualquer carga tem um limite.
Notas de uso
- Usa-se para alertar contra pedir ou impor demasiado a uma pessoa, animal ou recurso.
- Aplica-se em contextos profissionais (sobrecarga de trabalho), familiares (cuidadores) e técnicos (máquinas, orçamentos).
- Tomar cuidado para não usar o provérbio de forma pejorativa ou para justificar falta de apoio: pode soar como desculpa para não ajudar.
- Tonalidade: advertência prática, não necessariamente insulto — dependendo do contexto e da relação entre interlocutores.
Exemplos
- O chefe percebeu que a equipa já trabalhava horas extra constantes e lembrou: o asno aguenta a carga, mas não a sobrecarga — foi preciso contratar mais pessoal.
- Maria cuidava dos pais e das finanças ao mesmo tempo até adoecer; aprendeu que o asno aguenta a carga, mas não a sobrecarga e pediu apoio familiar.
Variações Sinónimos
- O burro aguenta, mas não o excesso.
- Cada carga tem o seu limite.
- Não se pode exigir mais do que se pode dar.
- Não se puxa mais do que a corda resiste.
Relacionados
- Não se pode tirar leite de pedra (não se pode tirar algo de onde nada há).
- Dar demais pode esgotar (aconselhamento sobre limites).
- Quem tudo quer, tudo perde (advertência sobre ambição excessiva).
Contrapontos
- Em situações de emergência, pode ser necessário um esforço excecional e temporário; a advertência não invalida sacrifícios pontuais.
- Usado indevidamente, o provérbio pode servir para justificar a recusa em cooperar ou ajudar alguém em dificuldade.
- Determinar o limite aceitável é subjetivo: o que é sobrecarga para um pode ser tolerável para outro, dependendo de recursos e apoio.
Equivalentes
- Português (variante)
O asno aguenta a carga, mas não a sobrecarga. - Inglês
A donkey can carry a load, but not an overload. - Espanhol
El asno aguanta la carga, pero no la sobrecarga. - Francês
L'âne porte sa charge, mais pas une surcharge. - Árabe (provérbio próximo)
لا تُحمّل الجمل أكثر مما يطيق (Não carregues o camelo além do que pode suportar).