O farto, de jejum, não tem cuidado algum.

O farto, de jejum, não tem cuidado algum.
 ... O farto, de jejum, não tem cuidado algum.

Quem vive na abundância preocupa‑se menos com uma falta temporária; pessoas privilegiadas sentem menos os efeitos da escassez e podem ignorar dificuldades alheias.

Versão neutra

Quem tem abundância não se preocupa com uma falta temporária.

Faqs

  • Quando se usa este provérbio?
    Usa‑se para comentar situações em que pessoas em posição confortável não são afetadas por privações temporárias ou não compreendem a dificuldade dos outros.
  • Tem conotação negativa?
    Pode ter: frequentemente serve para criticar a insensibilidade ou o privilégio de quem não sofre as consequências da escassez.
  • É apropriado em contexto formal?
    É sobretudo popular e coloquial; em contextos formais convém explicar a ideia com linguagem direta em vez de usar o provérbio sozinho.
  • Significa que a abundância protege sempre das dificuldades?
    Não necessariamente; o provérbio refere‑se mais à perceção e à reação perante privações passageiras do que a uma imunidade absoluta contra todos os problemas.

Notas de uso

  • Usa‑se para apontar que quem está em posição confortável não sofre ou não se preocupa com privações temporárias.
  • Tem frequentemente uma carga crítica: pode ser usado para denunciar insensibilidade ou privilégio.
  • Registo: popular e coloquial; adequado em conversas informais, comentário social ou literário, menos em contextos técnicos.
  • Não implica que a abundância garante imunidade a problemas graves; refere‑se sobretudo a pequenas necessidades ou a perceções.

Exemplos

  • No debate sobre cortes orçamentais, criticou‑se que os responsáveis públicos, bem pagos, pouco se incomodavam — o farto, de jejum, não tem cuidado algum.
  • Depois de anos a poupar, ele não se angustiou com um mês sem rendimentos; estando habituado ao conforto, as privações passageiras pouco o preocupavam.

Variações Sinónimos

  • Quem está farto não teme o jejum.
  • Quem tem abundância não se importa com a falta.
  • O que tem muito, pouco teme.

Relacionados

  • A barriga cheia não entende de jejum (variação popular semelhante)
  • Quem tem muito nada teme (forma resumida)

Contrapontos

  • A necessidade aguça o engenho — a escassez pode forçar criatividade e esforço.
  • Quem não tem cão, caça com gato — quem carece de recursos adapta‑se e resolve.

Equivalentes

  • inglês
    The well‑fed do not worry about fasting / Those in plenty do not fear shortage.
  • espanhol
    Al que está harto, el ayuno no le preocupa / Quien tiene abundancia no teme la escasez.