O feitiço cai sobre o feiticeiro

O feitiço cai sobre o feiticeiro.
 ... O feitiço cai sobre o feiticeiro.

Aquele que prepara mal ou arma ciladas para outros pode sofrer as consequências desse próprio acto.

Versão neutra

Quem arma ciladas pode cair na sua própria armadilha.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    É adequado em contextos em que alguém sofre as consequências das suas próprias ações maliciosas ou enganadoras; serve para comentar ironicamente situações de retribuição não planeada.
  • Este provérbio justifica vingança?
    Não. O provérbio descreve um fenómeno de retribuição ou contragolpe, mas não legitima ações de retaliação; a resposta deve respeitar normas legais e éticas.
  • Tem origem histórica conhecida?
    Não há uma origem única claramente estabelecida em Português; ideias semelhantes existem em muitas línguas e culturas (por exemplo, o inglês 'hoist with his own petard' de Shakespeare).

Notas de uso

  • Empregado para expressar justiça poética ou retribuição inesperada contra quem pretendia causar dano.
  • Registo: popular e proverbial; adequado em comentários morais, analíticos ou irónicos.
  • Tom: pode ser usado de forma neutra, irónica ou vingativa — convém evitar em contextos que incentivem retaliação violenta.
  • Não implica necessariamente punição legal; descreve mais uma consequência natural, social ou imprevista.

Exemplos

  • Planeou acusar o colega para subir na hierarquia, mas as provas voltaram-se contra ele — o feitiço caiu sobre o feiticeiro.
  • Quando tentou sabotar a campanha do adversário, acabou por ser desmascarado; quem arma ciladas pode cair na sua própria armadilha.
  • Na negociação, ao tentar enganar todos, perdeu credibilidade e clientes; é um caso clássico de 'o feitiço cai sobre o feiticeiro'.

Variações Sinónimos

  • O feitiço virou-se contra o feiticeiro.
  • O feitiço voltou-se contra o feiticeiro.
  • Quem arma armadilhas acaba por nelas cair.
  • Quem cava uma cova para outro, nela cairá.

Relacionados

  • Quem semeia ventos, colhe tempestades.
  • Cada qual colhe o que semeia.
  • Quem faz a cama que a deite (no sentido de assumir as consequências).

Contrapontos

  • Nem sempre os que fazem o mal sofrem as consequências — o ditado descreve um padrão, não uma regra universal.
  • Situações em que inocentes são prejudicados ou quando falhas e acidentes causam dano a quem não teve intenção maliciosa.
  • Não deve ser usado para justificar justiça pelas próprias mãos ou vingança; questões legais e éticas exigem processos adequados.

Equivalentes

  • Inglês
    Hoist with his own petard (ou "the biter is bit" / "to have the tables turned").
  • Francês
    Tel est pris qui croyait prendre.
  • Espanhol
    El que la hace, la paga. / Quien cava una fosa para otro, cae en ella.
  • Alemão
    Wer anderen eine Grube gräbt, fällt selbst hinein.
  • Italiano
    Chi la fa, l'aspetti.
  • Neerlandês
    Wie anderen een kuil graaft, valt er zelf in.
  • Latim
    Ut sementem feceris, ita metes. (O que semeias, esse colherás.)