O juiz deve ter dois ouvidos

O juiz deve ter dois ouvidos ... O juiz deve ter dois ouvidos

Conselho para ouvir ambas as partes e ponderar antes de decidir; valoriza a escuta e a imparcialidade.

Versão neutra

Uma pessoa que decide deve ouvir atentamente todas as partes antes de formar uma opinião.

Faqs

  • Significa que o decisor nunca deve falar?
    Não. Significa que deve privilegiar a escuta e reunir informação antes de decidir; falar é necessário para esclarecer e fundamentar a decisão.
  • Como aplicar este provérbio na liderança de equipas?
    Ouça activamente, peça factos e versões diferentes, questione quando necessário e só então comunique a decisão com base em evidências.
  • Em que casos este provérbio não é aplicável?
    Quando há perigo imediato que exige intervenção, quando as provas são claras e não dependem de ouvir mais versões, ou quando a demora causa prejuízo.
  • É um princípio apenas jurídico?
    Não; embora de aplicação óbvia na justiça, é um conselho geral sobre julgamento justo e imparcial aplicável a muitas áreas da vida.

Notas de uso

  • Usa-se em contextos judiciais, de mediação, liderança e tomada de decisão para sublinhar a importância de ouvir antes de julgar.
  • Implica ouvir activamente e recolher informações de todas as partes, não apenas ouvir passivamente.
  • Não serve para justificar indecisão prolongada: ouvir deve conduzir a avaliação e decisão fundamentadas.
  • Pode também alertar contra formar opinião com base em rumores ou numa única versão dos factos.

Exemplos

  • Na reunião de equipa, o gerente lembrou-se do provérbio: o juiz deve ter dois ouvidos — ouviu ambos os colaboradores antes de decidir a promoção.
  • Durante a mediação entre vizinhos, o mediador seguiu o princípio de ouvir as duas partes para assegurar uma solução justa.
  • Num tribunal, o juiz ouviu testemunhas e inspecionou evidências; agiu com a máxima de que deve ter dois ouvidos antes de proferir sentença.

Variações Sinónimos

  • Deve-se ouvir antes de julgar
  • Dois ouvidos e uma boca
  • Ouvir as duas partes
  • Antes de decidir, ouve

Relacionados

  • Audi alteram partem (princípio jurídico: ouvir a outra parte)
  • Ouvir as duas versões
  • Falar é prata, calar é ouro (relativa valorização da escuta)

Contrapontos

  • Em situações de emergência ou risco iminente é necessário agir sem poder ouvir todas as partes.
  • Ouvir não substitui a verificação de provas: testemunhos podem ser contraditórios ou manipulados.
  • O excesso de hesitação em nome de ouvir tudo pode atrasar decisões que exigem celeridade.
  • A escuta passiva não basta: o decisor deve fazer perguntas pertinentes e avaliar criticamente as informações.

Equivalentes

  • Latim
    Audi alteram partem (ouve-se a outra parte)
  • Inglês
    A judge should have two ears and one tongue (ouvir mais do que falar)
  • Espanhol
    El juez debe tener dos oídos (y una lengua) — escuchar antes de juzgar