O mais lembrado, o mais esquecido.
Expressa o paradoxo de que aquilo ou quem está sempre presente ou frequentemente referido tende a ser desvalorizado ou esquecido na prática.
Versão neutra
O que é frequentemente lembrado tende, paradoxalmente, a ser esquecido na prática.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
Que a repetição ou a presença constante de algo pode conduzir à perda de atenção, cuidado ou valorização, levando à sua prática ou memória negligenciada. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Ao apontar a tendência de negligência em relação a rotinas, tradições, responsabilidades ou pessoas que são sempre citadas mas pouco actuadas; útil em críticas construtivas. - Tem origem conhecida?
Não há origem documentada clara para este provérbio; parece ser uma observação popular derivada da experiência colectiva sobre hábito e desatenção. - É sinónimo de "a familiaridade gera desprezo"?
Relacionado, mas não idêntico: «a familiaridade gera desprezo» acentua diminuição de respeito, enquanto este provérbio sublinha esquecimento ou falta de atenção por ser habitual.
Notas de uso
- Usa-se para criticar a complacência: quanto mais habitual for algo, menor atenção lhe é dada.
- Aplica-se a pessoas, lugares, tradições, datas comemorativas, obras ou tarefas rotineiras.
- Tom e registo: informal a semi-formal; funciona bem em comentários críticos ou reflexivos.
- Evitar usar como acusação direta sem contexto — muitas vezes é uma observação sobre dinamismo social, não culpa individual.
- Pode também referir um efeito psicológico: exposição contínua leva a menor vigilância ou memorização activa.
Exemplos
- No escritório, a sala de convívio estava sempre cheia de elogios públicos pela limpeza, mas, por ser assunto recorrente, acabou por não haver um plano real de manutenção — o mais lembrado, o mais esquecido.
- As cerimónias anuais foram mencionadas em todas as reuniões; por se assumir que estavam garantidas, poucos se ofereceram para as organizar e, com o tempo, deixaram de acontecer.
Variações Sinónimos
- O habitual acaba por passar ao lado.
- O que é constante perde o impacto.
- A familiaridade desfoca a atenção.
Relacionados
- A familiaridade gera desprezo.
- De tanto ver, esquece-se.
- O costume é segundo a natureza.
Contrapontos
- O que se recorda, permanece.
- Lembrar é manter vivo.
- A repetição reforça a memória.
Equivalentes
- inglês
No exact proverb; closest ideas: "Familiarity breeds contempt" (proximity reduces regard) or the observation that constant exposure lessens attention. - espanhol
No existe un proverbio exacto; aproximaciones: «La costumbre hace olvidar» o «Lo habitual pasa desapercibido». - francês
Pas de proverbe identique; formulations proches : «L'habitude efface la valeur» ou «À force d'habitude, on oublie». - alemão
Kein genaues Sprichwort; ähnliche Gedanken: „Gewohnheit lässt vergessen“ oder „Vertrautheit führt zur Gleichgültigkeit.“