O poder endurece os maus e justifica os bons
Afirma que o exercício do poder tende a tornar mais rijos ou impiedosos aqueles de carácter mau e, ao mesmo tempo, serve de desculpa ou protecção para quem é considerado bom.
Versão neutra
O exercício do poder tende a endurecer os maus e a justificar os bons.
Faqs
- Este provérbio tem origem conhecida?
Não há uma origem documental clara; expressa uma observação moral e sociológica partilhada por várias tradições. Relembra ideias associadas a pensadores como Lord Acton. - Significa que todo o poder corrompe sempre?
Não. É uma generalização que aponta para tendências. Existem exemplos de pessoas e instituições que exercem poder sem se corromperem, especialmente quando há controlo e cultura ética. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em análises críticas de política, história ou instituições, quando se pretende destacar como o poder pode agravar defeitos e proteger virtudes percebidas; evita‑se em avaliações de indivíduos sem contexto.
Notas de uso
- Usa‑se em comentários críticos sobre política, hierarquias institucionais ou relações de autoridade.
- Tom frequentemente cínico ou sociológico; não é uma afirmação empírica universal, mas uma observação sobre tendências comportamentais.
- Adequado para textos de opinião, ensaios ou análises históricas; em conversa informal funciona como crítica breve.
- Evite usá‑lo como juízo absoluto sobre pessoas individuais sem contexto — generaliza comportamentos.
Exemplos
- Durante o debate, ela lembrou que 'o poder endurece os maus e justifica os bons' para criticar a impunidade dos altos cargos.
- Na revisão histórica do regime, o autor aplica o provérbio para explicar por que alguns dirigentes abusaram do poder enquanto outros foram desculpados.
Variações Sinónimos
- O poder corrompe — e absolve os que se julgam justos.
- O poder endurece os que já são maus e desculpa os que se consideram bons.
- Quem tem poder, endurece; quem é estimado, é justificado.
Relacionados
- O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente (Lord Acton, paráfrase conhecida)
- Os fins justificam os meios (relacionado pela justificação moral)
- Quem tem bigode manda — expressão coloquial sobre autoridade
Contrapontos
- Nem todo poder corrompe: há lideranças que servem para moderar e proteger, e personalidades podem manter integridade no poder.
- Instituições com controlo, transparência e mecanismos de responsabilidade reduzem abusos e invalidam a generalização do provérbio.
- O provérbio pode ocultar factores sociais e estruturais — força das normas, incentivos e cultura influenciam comportamentos, não apenas o poder em si.
Equivalentes
- inglês
Power hardens the wicked and justifies the good. - espanhol
El poder endurece a los malos y justifica a los buenos. - francês
Le pouvoir endurcit les méchants et absout les bons.