O que a minha vizinha come, não aproveita a minha tripa

O que a minha vizinha come, não aproveita a minha ... O que a minha vizinha come, não aproveita a minha tripa.

Coisa(s) que pertencem ou dão benefício a outra pessoa não nos beneficiam; não vale a pena contar com o que é dos outros.

Versão neutra

O que os outros comem não me alimenta.

Faqs

  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Quando se quer sublinhar que não se deve contar com bens, favores ou benefícios que pertencem a outra pessoa; serve para gerir expectativas e defender autonomia.
  • É ofensivo dizer isto a alguém?
    Pode ser considerado rude se dirigido a quem ofereceu ajuda; é mais apropriado como comentário generalista ou advertência entre amigos próximos.
  • Tem origem conhecida histórica ou geográfica?
    Não há registo de origem específica; trata-se de um ditado popular de uso coloquial, de sentido claro e provável origem comunitária/rural.

Notas de uso

  • Expressão coloquial usada para lembrar que não se deve depender do recurso ou da bondade alheia.
  • Serve para dissuadir expectativas de partilha automática de bens ou vantagens de terceiros.
  • Tom e registo: informal e potencialmente brusco — pode ser interpretado como egoísta se usado sem contexto.
  • Mais comum em conversas familiares e locais; equivalente a um dito popular de matriz rural/quotidiana.

Exemplos

  • A Paula acha que, como a vizinha ganhou na lotaria, todos vão ser ajudados — respondi-lhe: o que a minha vizinha come não aproveita a minha tripa; temos de fazer o nosso plano.
  • Quando o tio prometeu que repartia a herança se sobrasse algo, o Pedro comentou com sarcasmo: o que a minha vizinha come não aproveita a minha tripa — não conto com isso.
  • Na reunião, lembraram-se de pedir donativos à empresa — eu disse que não deveríamos depender disso: o que a minha vizinha come não aproveita a minha tripa.

Variações Sinónimos

  • O que é dos outros não engorda
  • Cada um por si
  • Não se vive do que é alheio
  • O que é dos outros não me alimenta

Relacionados

  • Cada um por si
  • Não se conta com o ovo no cu da galinha (não contar com algo incerto)
  • Quem não trabalhe não coma (sobre responsabilidade pessoal)

Contrapontos

  • Em situações de solidariedade, redistribuição ou redes de apoio social, o que outra pessoa tem pode, de facto, beneficiar-nos.
  • Num contexto familiar ou comunitário, partilhas planeadas podem fazer com que o benefício alheio chegue a todos.
  • O provérbio enfatiza independência; no entanto, a cooperação e a interdependência económica são reais em muitas sociedades.

Equivalentes

  • Português (variante curta)
    O que os outros comem não me alimenta.
  • Espanhol
    Lo que come mi vecina no me alimenta.
  • Francês
    Ce que mange ma voisine ne profite pas à mon ventre.
  • Inglês (tradução literal/paráfrase)
    What my neighbour eats doesn't fill my belly.