O que arde cura, o que aperta segura.
Medidas dolorosas ou firmes podem resolver problemas; ações de contenção impedem perdas ou dispersão.
Versão neutra
A dor temporária pode curar; a pressão mantém as coisas no lugar.
Faqs
- Este provérbio tem origem médica?
Possivelmente está ligado a práticas médicas tradicionais, como a cauterização e a compressão de feridas, mas a sua origem exacta é desconhecida e faz parte da sabedoria popular. - Devo interpretar o provérbio literalmente?
Pode ser interpretado de forma literal ou metafórica. Hoje, a leitura metafórica sobre medidas firmes é mais comum; do ponto de vista médico moderno, procedimentos dolorosos do passado não são automaticamente recomendáveis. - É correcto usar o provérbio para defender medidas severas?
O provérbio serve para justificar firmes acções em determinadas situações, mas não dispensa avaliação ética e factual: medidas severas devem ser proporcionadas, justificadas e não violar direitos ou bem‑estar.
Notas de uso
- Pode ser interpretado literalmente: tratamentos que queimam ou cauterizam e a compressão que evita hemorragias.
- Usado metaforicamente para justificar medidas duras (p.ex. disciplina severa) que trazem benefício a longo prazo.
- Não implica recomendação médica: práticas antigas como cauterização nem sempre são seguras segundo conhecimentos modernos.
- Usado em contexto de resolução de problemas ou de necessidade de firmeza para manter algo ou alguém sob controlo.
Exemplos
- Quando a oliveira estava infestada, o proprietário cortou ramos doentes: 'O que arde cura, o que aperta segura' — medidas duras, mas necessárias para salvar a árvore.
- Na escola, o diretor defendeu regras mais rígidas para pôr fim aos incidentes: usou o provérbio para explicar que disciplina firme pode recuperar a ordem.
- No tratamento de uma hemorragia, aplicar pressão controla a perda de sangue; já a cauterização era usada no passado para evitar infeções — ilustrando a leitura literal do provérbio.
- Algumas pessoas argumentam que medidas económicas drásticas são dolorosas no curto prazo, mas necessárias para estabilizar as finanças: o provérbio é citado nessa situação.
Variações Sinónimos
- O que queima sara, o que aperta detém.
- Queimar cura, apertar prende.
- O remédio que queima cura; a pressão que segura mantém.
Relacionados
- Remédio que não cura, mata.
- Mais vale prevenir do que remediar.
- Quem corta o mal pela raiz, poupa futuro trabalho.
Contrapontos
- Práticas dolorosas do passado (como cauterizar feridas) podem ser prejudiciais e estão obsoletas face à medicina moderna.
- Nem toda ação firme é justa ou eficaz; medidas autoritárias podem causar dano social mesmo que pareçam 'segurar' uma situação.
- A metáfora não serve de justificação automática para abuso físico ou psicológico em nome do 'bem maior'.
Equivalentes
- Inglês
What burns heals, what binds holds. (Tradução literal; sem equivalente consagrado) - Espanhol
Lo que quema cura, lo que aprieta sujeta. (Traducción literal; refrán popular similar en sentido) - Francês
Ce qui brûle guérit, ce qui serre tient. (Traduction littérale; pas d'équivalent exact courant)