O que há de levar o rato, dá-o ao gato e tiras-te de cuidado.
Aceitar o inevitável ou transferir o problema a outro para não ficar preocupado.
Versão neutra
Se algo é inevitável, deixa que aconteça ou dá-o a quem o vai resolver, e assim livras-te da preocupação.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio de forma prática?
Quer dizer que, quando algo é inevitável ou de pouco proveito tentar evitar, é melhor aceitar a perda ou passar a responsabilidade a quem lida com isso, para não se desgastar em preocupações. - É um conselho positivo ou negativo?
Depende do contexto: pode ser pragmático (evitar esforço inútil) ou negativo (desresponsabilizar-se). Deve avaliar-se caso a caso. - Quando não convém aplicar este provérbio?
Quando há possibilidade real de evitar a perda, quando existe obrigação moral ou legal de agir, ou quando ceder prejudica terceiros de forma injusta. - Qual é a origem desta expressão?
Trata-se de um provérbio popular de matriz rural que usa a imagem do rato e do gato; não há registo de autor ou data precisos.
Notas de uso
- Usa-se para justificar resignação perante algo inevitável ou perda iminente.
- Pode também significar passar a responsabilidade a quem terá de lidar com a consequência.
- É comum em registos informais e fala popular; tem tom prático e resignado.
- Dependendo do contexto, pode ser interpretado como pragmático ou como desculpa para não agir.
Exemplos
- A colheita já está danificada pela geada — o que há de levar o rato, dá-o ao gato e seguimos com os trabalhos de sementeira para o ano.
- O projecto já foi entregue com erros e não vale a pena perder tempo a discutir — dá-o ao gato e concentra-te no próximo.
- Se a multa vai mesmo ser emitida por aquela infração leve, aceita e trata da próxima vez com mais cuidado: o que há de levar o rato, dá-o ao gato.
Variações Sinónimos
- O que há de levar o rato, dá-o ao gato.
- Deixa ir o que é inevitável.
- Se é inevitável, aceita e segue em frente.
- Dá ao outro o que não há de valer a pena salvar.
Relacionados
- Água passada não move moinho. (aceitar o passado)
- A maldita sorte. (resignação perante o azar)
- Mais vale prevenir do que remediar. (contraponto que incentiva ação)
Contrapontos
- Não deve servir de pretexto para abandonar causas justas: combater uma perda pode ser legítimo.
- Em contextos legais ou laborais, passar responsabilidades pode ser antiético ou ilegal.
- Resignar-se sempre pode impedir melhorias e prevenir perdas futuras.
Equivalentes
- inglês
Let the chips fall where they may / If it's inevitable, accept it and move on. - espanhol
Si es inevitable, déjalo pasar; a lo hecho, pecho. - francês
Laisse faire ce qui est inévitable — accepte et passe à autre chose.