O que houveres de comer, não o vejas fazer.
Aconselha a não observar o processo de produção para não estragar o prazer ou o apetite; usado também metaforicamente para evitar conhecer pormenores desagradáveis.
Versão neutra
Se vais beneficiar de algo, evita observar o processo que pode estragar o prazer.
Faqs
- Qual é o sentido deste provérbio?
Significa que, por vezes, é melhor não observar os pormenores de como algo é produzido porque esses pormenores podem ser desagradáveis e estragar o prazer ou a confiança no resultado. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Usa-se em contextos informais para justificar não querer ver processos desagradáveis — tanto literal (preparação de alimentos) como metafórico (bastidores de instituições). Deve evitar-se quando a transparência é necessária por motivos de segurança ou ética. - Este provérbio justifica esconder informações?
Não. Embora aconselhe ignorar pormenores desagradáveis para preservar o prazer, não deve servir de pretexto para ocultar práticas ilegais, inseguras ou antiéticas. - É aplicável na sociedade actual?
Sim, sobretudo no sentido metafórico — muitas pessoas preferem não conhecer os bastidores. Contudo, a crescente exigência por transparência e segurança limita a aplicabilidade do provérbio em sectores regulados.
Notas de uso
- Uso literal: quando ver a preparação de um alimento pode retirar o apetite.
- Uso metafórico: quando os detalhes de um processo (político, administrativo, artístico) são desagradáveis e podem diminuir a confiança no resultado final.
- Registo: proverbio tradicional, tom aconselhador; adequado em conversas informais e explicações gerais.
- Cautela: não deve servir de desculpa para ocultar informação essencial em situações de segurança, ética ou direitos do consumidor.
Exemplos
- Quando o padeiro te mostrou a massa maltratada e suja das formas, lembraste-te: «O que houveres de comer, não o vejas fazer» — e perdeste o apetite.
- Ao discutir as decisões da câmara municipal, alguns disseram que é melhor não saber todos os bastidores: «o que houveres de comer, não o vejas fazer» — usado aqui para justificar não investigar pequenos truques administrativos.
Variações Sinónimos
- Se houveres de comer, não vejas fazer.
- Não vejas fazer o que vais comer.
- Melhor não ver como se faz o que vais comer.
Relacionados
- Quem não vê, não sente.
- A ignorância é uma bênção.
- Nem sempre é preciso saber todos os pormenores.
Contrapontos
- Transparência importa: saber como algo é feito pode revelar práticas inseguras ou ilícitas que devem ser corrigidas.
- Curiosidade e investigação podem melhorar processos; fechar os olhos impede a melhoria.
- Em contextos profissionais (saúde, alimentação, segurança), conhecer o processo é essencial e não deve ser evitado.
Equivalentes
- inglês
Don't watch the sausage being made. - alemão
Man sollte nicht zuschauen, wie Würste gemacht werden. - francês
Il vaut mieux ne pas voir comment on fait la saucisse. - espanhol
Mejor no ver cómo se hacen las salchichas.