Guarda que fazer e não guardes de comer, que o comer azeda-se, e o trabalho não.
Aconselha a valorizar e conservar o trabalho/atividades úteis em vez de apenas guardar comida perecível; o esforço e o saber duram mais do que bens que estragam.
Versão neutra
Guarda o que fazes e não fiques só a guardar comida: a comida estraga-se, o trabalho permanece.
Faqs
- O que significa este provérbio em poucas palavras?
Significa que é preferível conservar o trabalho, a actividade ou as capacidades (que rendem no futuro) em vez de apenas acumular bens perecíveis, como comida, que se estragam. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer incentivar alguém a investir em trabalho, formação ou actividades produtivas, ou para criticar o hábito de apenas armazenar provisões sem planear ou trabalhar. - O provérbio ainda é válido hoje?
Sim, como metáfora: releva a importância de preservar competências e esforço. Literalmente, modernas técnicas de conservação diminuem o problema do estrago da comida, pelo que o sentido é mais figurado atualmente.
Notas de uso
- Usa-se para lembrar alguém da importância do esforço contínuo e da poupança de capacidades ou tarefas, em vez de concentrar-se só em bens perecíveis.
- Registo: popular e proverbial; apropriado em conversas informais, conselhos práticos ou quando se quer incentivar trabalho/planeamento.
- Contexto histórico: reflete sociedades agrárias/mercantis onde alimentos estragavam-se facilmente; hoje aplica-se também a ideias como investir em formação em vez de acumular bens consumíveis.
Exemplos
- Quando o sobrinho hesitou em começar um curso porque tinha medo de gastar as poupanças em livros, a avó disse: «Guarda que fazer e não guardes de comer, que o comer azeda-se, e o trabalho não.», incentivando-o a investir na educação.
- Numa reunião da cooperativa, o presidente lembrou: «Não adianta empilhar provisões sem organizar a produção. Guarda que fazer e não guardes de comer.» para sublinhar a importância de manter a actividade produtiva.
Variações Sinónimos
- Guarda o que fazes e não guardes de comer; o comer azeda e o trabalho não.
- Guarda que fazer, não guardes de comer; o comer azeda, o labor não.
- Não guardes só o pão, guarda também o trabalho.
Relacionados
- Quem não trabalha não come.
- Quem semeia colhe.
- Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Contrapontos
- Em épocas de escassez, guardar comida é vital para a sobrevivência; o provérbio não pretende abolir a prudência em matéria de alimentos.
- Algumas formas de trabalho também se ‘perdem’ se forem negligenciadas (habilidades esquecem-se, projetos desatualizam-se), pelo que é necessária manutenção continua, não apenas o início do trabalho.
- A conservação moderna (congelamento, enlatamento) reduz o problema do estrago da comida, tornando o contraste do provérbio mais metafórico do que literal em certos contextos.
Equivalentes
- Inglês
Keep doing work rather than just hoarding food; food spoils, but work (skills/effort) endures. - Espanhol
Guarda lo que haces y no acumules sólo comida; la comida se pudre y el trabajo no. - Tradução literal (PT modernizado)
Guarda o que fazes e não guardes comida, porque a comida azeda e o trabalho não.