O rico come, e o pobre alimenta-se.
Contrasta a forma como pessoas de classes sociais diferentes se relacionam com a comida: o rico come por prazer e abundância, o pobre alimenta‑se por necessidade e moderação.
Versão neutra
As pessoas com mais recursos consomem com mais disponibilidade; as com menos recursos consomem apenas o necessário.
Faqs
- O provérbio é ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser interpretado como simplista ou estigmatizante se usado para justificar desigualdades ou desvalorizar pessoas em situação de pobreza. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende destacar, de forma crítica ou descritiva, diferenças de condições materiais entre grupos; evite‑o em contextos onde possa humilhar ou reduzir indivíduos à sua condição económica. - Tem origem histórica conhecida?
Não foi possível identificar uma origem documentada específica; trata‑se de um ditado popular que reflete observações sociais comuns.
Notas de uso
- Expressa uma observação social sobre desigualdade material e de hábitos.
- Pode ser usada de forma crítica, neutra ou irónica, dependendo do contexto e do tom.
- Não é um enunciado científico; generaliza diferenças e pode reforçar estereótipos se usado sem cautela.
- Aplica‑se a situações além da comida, como consumo em geral, diferença entre luxo e subsistência.
Exemplos
- Num debate sobre políticas sociais, o economista disse: «Isto mostra que, enquanto alguns escolhem pratos caros, outros só se conseguem alimentar.»
- Ela comentou, meio irónica: «No restaurante, o rico come, e o pobre alimenta‑se — e nós estávamos no fim do orçamento.»
- Ao discutir desperdício alimentar, o jornalista citou o provérbio para sublinhar a diferença entre abundância e necessidade.
Variações Sinónimos
- O rico come, o pobre faz pão com o que tem.
- O rico janta por gosto, o pobre alimenta‑se por necessidade.
- Os ricos comem bem; os pobres contentam‑se em alimentar‑se.
Relacionados
- Quando a esmola é grande, o santo desconfia.
- Quem tem padrinho não morre pagão.
- Nem tudo o que reluz é ouro.
Contrapontos
- Generaliza e invisibiliza variações individuais: nem todos os ricos comem por prazer nem todos os pobres se contentam com o mínimo.
- Pode ser visto como determinista e pouco sensível às causas estruturais da pobreza (salários, acesso, educação).
- Hoje, em contextos de insegurança alimentar e movimentos por soberania alimentar, a ideia de ‘alimentar‑se’ pode ter conotações de dignidade e resistência positiva.
Equivalentes
- inglês
The rich eat, and the poor make do. - espanhol
El rico come, y el pobre se alimenta. - francês
Le riche mange, le pauvre se nourrit.