Ser rico com boca de pobre.
Ter riqueza ou posses, mas falar, comportar‑se ou mostrar sinais exteriores de quem tem poucos meios — pode indicar humildade genuína, economia ou fingimento.
Versão neutra
Ter bens ou riqueza, mas falar ou aparentar ter poucos recursos.
Faqs
- Significa que a pessoa esconde dinheiro?
Pode significar isso, mas não exclusivamente. A expressão cobre várias situações: alguém que esconde riqueza, alguém que escolhe viver ou falar com modéstia, ou alguém que é avarento apesar de ter recursos. - É um elogio ou uma crítica?
Depende do contexto e da entoação. Pode ser elogio à humildade ou crítica à hipocrisia/avareza. Por isso, convém clarificar a intenção ao usar a expressão. - Como usar sem ofender?
Evite o comentário em público sem conhecimento das circunstâncias. Prefira descrições neutras (por exemplo, 'prefere viver discretamente') ou pergunte antes de tirar conclusões sobre a condição económica de alguém.
Notas de uso
- Usa‑se coloquialmente para descrever contraste entre riqueza real e aparência ou discurso de pobreza.
- Pode ter tom elogioso (humildade) ou crítico (hipocrisia, avareza). O contexto define a intenção.
- Evitar usar de forma pejorativa em contextos sensíveis a questões de classe social; pode ofender se entendido como ridicularização da pobreza.
- Frequentemente aplicado a comportamentos quotidianos (roupa, carro, conversação) que não condizem com o estatuto económico.
Exemplos
- Apesar de herdarem uma fortuna, os irmãos continuam a viver com simplicidade e a dizer que 'não têm muito' — são ricos com boca de pobre.
- Ele fala como se contasse cada cêntimo, quando na verdade tem uma conta recheada; alguns tratam‑no de rico com boca de pobre, criticando a sua parcimónia.
- Quando a vizinha recusou entradas para o concerto por dizer que 'não dava' para isso, percebeu‑se que era rica com boca de pobre — estava apenas a evitar exposição pública.
Variações Sinónimos
- Fazer‑se de pobre
- Pobre na boca, rico no bolso
- Aparência de pobreza
- Falar como pobre, ser rico
Relacionados
- As aparências enganam
- Não julgue o livro pela capa
- L'habit ne fait pas le moine (o traje não faz o monge)
Contrapontos
- Pode ser sinal de humildade e discrição — escolha intencional de não ostentar riqueza.
- Pode ser sinal de avareza ou vergonha da própria condição económica.
- Quando usado de forma acusatória, corre‑se o risco de ignorar razões legítimas para modestia (culturais, pessoais ou segurança).
- A expressão reforça dicotomias sociais e estereótipos sobre como os ricos 'devem' comportar‑se.
Equivalentes
- Inglês
Appearances can be deceptive / Don't judge a book by its cover - Espanhol
Las apariencias engañan - Francês
Les apparences sont trompeuses / L'habit ne fait pas le moine - Alemão
Der Schein trügt (a aparência engana)