O violeiro, quando é mau, põe a culpa na viola.
Diz-se de quem, por incompetência ou fracasso, atribui a culpa ao instrumento, às circunstâncias ou a terceiros em vez de assumir a responsabilidade própria.
Versão neutra
Quem é incompetente culpa a ferramenta.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para apontar, de forma crítica e frequentemente irónica, que alguém está a justificar um insucesso com fatores externos em vez de admitir falta de capacidade ou preparação. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Pode ser percecionado como censurador ou ofensivo, pois implica incompetência. Em contextos formais ou delicados, é preferível optar por linguagem mais neutra. - O provérbio significa que ferramentas nunca falham?
Não. O provérbio sublinha uma tendência humana a transferir a culpa; não exclui a possibilidade de problemas reais com instrumentos ou condições.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar quem procura desculpas em fatores externos quando o problema é falta de capacidade ou esforço.
- Frequentemente empregue em contexto informal e crítico; tom irónico ou censurador.
- Aplicável a situações profissionais, desportivas, artísticas e do quotidiano em que se evita a autocrítica.
- Não implica que nunca existam razões externas reais; serve sobretudo como observação sobre a tendência de responsabilizar outros.
Exemplos
- Depois de falhar a apresentação, ele culpou o projector; os colegas comentaram: «O violeiro, quando é mau, põe a culpa na viola.»
- No treino, o jogador atribuiu a derrota às chuteiras novas; o treinador respondeu: «Não sejas violeiro — trabalha a técnica.»
- Quando o programa caiu, em vez de rever o código, o responsável disse que o computador era o culpado — um bom exemplo do provérbio.
- Ao esquecer as matérias no exame, ela disse que a sala estava fria; a professora notou que frequentemente se usam desculpas em vez de estudar.
Variações Sinónimos
- O mau artesão culpa as suas ferramentas.
- Quem é mau no ofício culpa o instrumento.
- O péssimo músico culpa o instrumento.
Relacionados
- A culpa é sempre do outro (expressão comum sobre desculpas transferidas).
- Bom entendedor, meia palavra basta (sobre perceber a crítica implícita).
- Quem não quer trabalhar, arranja razões (sentido similar sobre evitar responsabilidade).
Contrapontos
- Nem sempre a culpa é do executor: ferramentas inadequadas, condições adversas ou instruções erradas podem justificar críticas ao meio.
- Usar o provérbio para silenciar queixas legítimas pode ser injusto; convém avaliar se existem limitações objectivas antes de atribuir incompetência.
- O provérbio simplifica a relação causa‑efeito e não deve substituir uma análise factual do problema.
Equivalentes
- Inglês
A bad workman blames his tools. - Espanhol
El mal artesano culpa a sus herramientas. - Francês
Mauvais ouvrier blâme ses outils. - Alemão
Der schlechte Handwerker beschuldigt seine Werkzeuge.