Pais comem uvas verdes e os filhos sentem o azedo.
Decisões ou proveitos imediatos de uma geração que deixam consequências negativas para as gerações seguintes; aponta para egoísmo ou curto‑prazo que gera encargos futuros.
Versão neutra
Quando os pais aproveitam benefícios agora, as consequências negativas podem recair sobre os filhos.
Faqs
- Qual é o significado deste provérbio?
Significa que benefícios ou decisões obtidos no presente por uma geração podem provocar consequências negativas que afectam as gerações seguintes. - Em que contextos se usa?
Usa‑se em críticas a políticas ou comportamentos curtoprazistas — por exemplo em finanças públicas, ambiente, património familiar ou educação. - É ofensivo dizer isto a alguém?
Depende do tom; é uma expressão crítica que acusa negligência ou egoísmo intergeracional. Em conversas privadas pode ser sensível, em análises públicas é apropriada. - Qual é a origem do provérbio?
A origem exacta não é conhecida; trata‑se de uma imagem tradicional que usa a uva e o azedo para contrastar prazer imediato e consequência desagradável.
Notas de uso
- Usado para criticar comportamentos curtoprazistas de pais, líderes ou gerações que transferem encargos para os descendentes.
- Aparece em debates sobre finanças públicas, ambiente, património e educação, sempre que os custos são adiados.
- Registo: coloquial e crítico; funciona em conversas informais e textos de opinião.
- Não é literal — recorre a imagem das uvas (prazer imediato) e do azedo (consequência indesejada).
Exemplos
- Se deixarmos crescer a dívida pública sem medidas, é o princípio do provérbio: pais comem uvas verdes e os filhos sentem o azedo — serão as próximas gerações a pagar.
- Ao cortar na manutenção das infraestruturas para poupar hoje, os responsáveis esquecem que mais tarde os herdeiros pagam a reparação; pais comem uvas verdes e os filhos sentem o azedo.
- Num contexto familiar: gastar as poupanças num luxo presente pode deixar os filhos sem recursos no futuro — ilustra bem a ideia do provérbio.
Variações Sinónimos
- Pais colhem uvas verdes e os filhos sentem o azedo
- Os filhos pagam pelos pecados dos pais
- Gerações presentes beneficiam, futuras suportam
Relacionados
- Quem semeia ventos colhe tempestades
- As dívidas de hoje são os encargos de amanhã
- Os filhos herdam tanto os bens como os encargos
Contrapontos
- Há situações em que os pais sacrificam o presente para beneficiar os filhos (ex.: poupanças para educação).
- Políticas de investimento público podem exigir sacrifícios actuais para ganhos intergeracionais — nem sempre o presente é egoísta.
- Nem todas as decisões de curto prazo prejudicam as gerações seguintes; importa avaliar intenção e contexto.
Equivalentes
- inglês
The sins of the fathers are visited upon the children / Children pay for their parents' mistakes - espanhol
Los hijos pagan los pecados de los padres - francês
Les enfants paient pour les péchés des pères