Pelos cacos sabe-se como era a caçoula.
A partir dos vestígios ou consequências pode inferir‑se a natureza ou qualidade da coisa ou pessoa original.
Versão neutra
Pelos fragmentos sabe‑se como era o recipiente.
Faqs
- Quando posso usar este provérbio?
Use‑o quando quiser dizer que indícios, restos ou consequências permitem inferir a natureza, qualidade ou comportamento de algo ou alguém que já não está presente. - É apropriado em contextos formais?
É mais adequado em registos informais, literários ou jornalísticos. Em contextos científicos ou legais, prefira linguagem precisa e metodologias que justifiquem inferências. - Temes que o provérbio incentive julgamentos precipitados?
Sim. Embora saliente a utilidade dos indícios, não elimina a necessidade de cautela: conclusões definitivas requerem evidências suficientes e consideração do contexto.
Notas de uso
- Usa‑se frequentemente em sentido figurado para indicar que evidências remanescentes permitem avaliar algo que já não existe na íntegra (ex.: comportamento, obra, reputação).
- Emprega‑se também de forma literal em arqueologia ou quando se analisam objectos quebrados para reconstruir o original.
- Registro: popular, coloquial; apropriado em textos literários, jornalísticos e conversas informais. Evitar em contextos formais científicos sem clarificar a metáfora.
- Não implica prova absoluta — sugere uma inferência plausível a partir de indícios, que pode exigir confirmação adicional.
Exemplos
- Depois de ler várias cartas antigas, concluiu‑se: pelos cacos sabe‑se como era a caçoula — o pai era generoso e desorganizado, como as pequenas anotações demonstravam.
- Os arqueólogos reconstruíram a história da aldeia com base nos fragmentos de cerâmica: pelos cacos sabe‑se como era a caçoula.
Variações Sinónimos
- Pelos cacos se conhece a panela.
- Pelos cacos se conhece a panela e o seu dono.
- Aos cacos se conhece a caçarola.
- Dai pelos pedaços e saberás o todo.
- Pelo fragmento se conhece o todo.
Relacionados
- Pelo fruto se conhece a árvore.
- Não julgueis pela capa.
- Quem semeia vento, colhe tempestade (no sentido de que os resultados revelam as causas).
Contrapontos
- Cuidado: cacos isolados podem ser insuficientes ou enganadores; conclusões exigem contexto e quantidade de evidências.
- A metáfora pode encobrir vieses: julgamentos precipitados sobre pessoas ou situações com base em poucos indícios podem ser injustos.
- Em investigação científica ou forense, as inferências a partir de fragmentos devem ser acompanhadas de métodos rigorosos e confirmação adicional.
Equivalentes
- Inglês
By the shards one knows the pot. - Espanhol
Por los pedazos se conoce la olla. - Francês
On connaît la marmite à ses morceaux. - Alemão
An den Scherben erkennt man den Krug. - Italiano
Dai cocci si conosce la pentola.