Perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe.
Tolerar ou desculpar uma falta ou dano praticado por alguém porque se obtém algum benefício dessa pessoa.
Versão neutra
Desculpa-se o mal que causa por causa do bem que proporciona.
Faqs
- Quando se usa este provérbio?
Usa‑se para descrever situações em que se toleram ofensas ou falhas porque a pessoa em causa oferece vantagens ou benefícios percebidos. - O provérbio aprova esse comportamento?
Não necessariamente. Costuma ser usado com tom crítico ou descriptivo, indicando pragmatismo ou cinismo social, não uma aprovação moral. - É equivalente a "os fins justificam os meios"?
Estão relacionados: ambos defendem tolerância por causa de resultados. Mas o provérbio foca‑se na conivência pessoal devido a benefícios concretos, enquanto a outra frase é uma justificação ética mais ampla. - É apropriado usá‑lo em contextos formais?
Pode ser usado em textos analíticos ou jornalísticos para criticar práticas; em contextos muito formais ou jurídicos convém optar por linguagem mais direta e precisa.
Notas de uso
- Geralmente usado de forma crítica para descrever tolerância ou conivência motivada por vantagem pessoal.
- Aplica-se a relações pessoais, profissionais e políticas — sempre que um benefício compensa, na perceção, uma ofensa.
- Tom: costuma ter uma carga avaliativa negativa ou cínica; não é apropriado para elogiar um comportamento ético.
- Evita usar como justificação moral: serve antes para descrever um fenómeno social do que para o legitimar.
Exemplos
- Na empresa, toleram-se atrasos do diretor porque os lucros que traz compensam as falhas de gestão.
- Entre vizinhos, perdoou‑lhe o insulto porque ele costuma ajudar nas despesas do prédio.
- Os eleitores ignoraram algumas falhas do político porque as políticas económicas trouxeram melhoria no rendimento.
Variações Sinónimos
- Perdoa-se o mal pelo bem
- Desculpa‑se o mal por causa do bem
- Toleram‑se as faltas pelo benefício que se recebe
- Faz‑se vista grossa pelo proveito
Relacionados
- A cavalo dado não se olha o dente
- Os fins justificam os meios
- Há males que vêm por bem
Contrapontos
- Justificar más ações pelos benefícios que trazem pode perpetuar abusos e insegurança jurídica.
- Uma atitude ética exige avaliar actos independentemente dos ganhos pessoais; perdoar por conveniência não equivale a fazer justiça.
- A curto prazo pode ser prático perdoar; a longo prazo pode incentivar comportamentos danosos.
Equivalentes
- English
One forgives the harm he does for the good he brings. - Spanish
Se perdona el mal que hace por el bien que aporta. - French
On pardonne le mal qu'il fait pour le bien qu'il apporte. - German
Man verzeiht das Unrecht, das er tut, wegen des Nutzens, den er bringt.