Quando o coxo de amores morre, que fará quem anda e pode?
Interroga o que acontecerá aos que estão em melhor posição quando até o mais incapacitado sucumbe — usado para refletir sobre consequências e responsabilidades quando muda a situação de alguém mais fragilizado.
Versão neutra
Se a pessoa mais fragilizada (por amor ou por outra razão) deixa de estar, o que ficará para quem tem capacidade de agir?
Faqs
- O que significa 'coxo de amores'?
'Coxo de amores' refere-se, de forma figurada, a alguém afetado ou limitado pelo amor (sofrimento amoroso) ou, mais amplamente, a alguém debilitado ou desamparado. - Quando posso usar este provérbio?
Use-o em contextos onde se queira enfatizar a responsabilidade de quem tem capacidade para agir quando os mais vulneráveis deixam de estar presentes; atenção ao tom, pois é tradicional e pode soar crítico ou sarcástico. - É um provérbio comum no português contemporâneo?
É conhecido na tradição popular, mas tem um registo algo arcaico; é mais frequente em coletâneas de provérbios e em fala regional do que no uso corrente urbano.
Notas de uso
- Tom tradicional e algo arcaico; aparece sobretudo em contextos rurais ou em fala popular mais antiga.
- Serve tanto para lamentar como para advertir: pode expressar preocupação sobre o futuro de quem tem capacidade para agir quando o mais fraco falha ou desaparece.
- Usa-se frequentemente de forma retórica, para expor a injustiça ou a inércia de quem podia fazer algo e não faz.
Exemplos
- Depois de o sócio principal se retirar por desilusões, o gerente comentou: «Quando o coxo de amores morre, que fará quem anda e pode?» para sublinhar a responsabilidade dos restantes.
- Ao ver que os voluntários mais dedicados desistiram, Maria disse à assembleia: «Quando o coxo de amores morre, que fará quem anda e pode?», pedindo que os outros assumissem tarefas.
Variações Sinónimos
- Quando o coxo morre de amores, que fará o que anda e pode?
- Se o mais fraco se vai, o que farão os que podem?
- Quando o incapaz desaparece, o que restará para os capazes?
Relacionados
- Quem não luta, não tem
- Amor é cego
- A ocasião faz o ladrão
- Quem pode, faz; quem não pode, apanha-se
Contrapontos
- A morte ou saída de uma pessoa fragilizada pode abrir espaço para soluções criativas por parte de quem pode agir, não sendo necessariamente negativa.
- O provérbio pressupõe responsabilidade dos capazes; por outro lado, nem sempre esses têm recursos ou legitimidade para substituir os fragilizados.
- Interpretá-lo apenas como crítica moral ignora circunstâncias práticas (falta de meios, obstáculos institucionais) que impedem ação apesar da vontade.
Equivalentes
- Inglês
If even the love-lamed person dies, what will the one who walks and can do? - Castelhano
Si el cojo de amores muere, ¿qué hará el que anda y puede?