Quando o espírito anda longe, os olhos não vêem o que está ao pé.

Quando o espírito anda longe, os olhos não vêem ... Quando o espírito anda longe, os olhos não vêem o que está ao pé.

Quando alguém está distraído ou com a mente noutro lado, deixa de reparar no que está próximo ou óbvio.

Versão neutra

Se estás distraído, não reparas no que tens perto.

Faqs

  • Quando posso usar este provérbio?
    Use-o para comentar distração ou falta de atenção — por exemplo, quando alguém não repara numa solução óbvia, numa falha evidente ou num perigo próximo.
  • É adequado em contextos formais?
    É sobretudo coloquial e proverbial; em contextos formais prefira expressões neutras como «falta de atenção» ou «desatenção».
  • Tem sentido literal além do figurado?
    Sim. Literalmente refere a não ver algo que está fisicamente próximo por estar distraído; figurativamente aplica-se a oportunidades e problemas negligenciados.
  • Há variantes regionais importantes?
    Existem formas próximas e expressões equivalentes em várias regiões de língua portuguesa, mas o significado mantém‑se universal: distracção leva à cegueira perante o óbvio.

Notas de uso

  • Usa-se para apontar distração, falta de atenção ou desatenção a pormenores importantes.
  • Empregado tanto em sentido literal (desatenção física) como figurado (não reparar em oportunidades ou problemas próximos).
  • Registo: coloquial e proverbial; apropriado em conversa informal, comentário crítico ou reflexão moral.
  • Não contém termos regionais exclusivos; é compreensível em todo o Portugal, embora possa variar ligeiramente a forma.

Exemplos

  • O João andava preocupado com as contas do mês e, quando foi a correr, tropeçou no tapete: quando o espírito anda longe, os olhos não vêem o que está ao pé.
  • A gestora não percebeu a falha simples no relatório porque estava a pensar noutra reunião — um bom exemplo de que, quando o espírito anda longe, os olhos não vêem o que está ao pé.
  • Na oficina, quem trabalha distraído pode não ver a ferramenta caída ao lado da bancada e magoar-se; a frase aplica-se também a riscos imediatos.

Variações Sinónimos

  • Quando a cabeça está noutro lado, os olhos não vêem.
  • Quem anda distraído não vê o que tem à mão.
  • Não ver o que está diante dos olhos.

Relacionados

  • Não ver o que está diante dos olhos (variante direta).
  • Olhos que não veem, coração que não sente (relacionado por omissão, sentido distinto).
  • Estar com a cabeça noutro lado (expressão idiomática próxima).

Contrapontos

  • Quem procura, acha (incentiva atenção e procura ativa).
  • O olho atento não se engana (valoriza vigilância e cuidado).
  • Ver para crer (sugere que observar é essencial para a compreensão).

Equivalentes

  • Inglês
    Can't see what's right in front of you / Not seeing what is under your nose.
  • Espanhol
    No ver lo que está bajo la nariz / No ver lo que está delante de los ojos.
  • Francês
    Ne pas voir ce qui est sous son nez.
  • Alemão
    Das Offensichtliche nicht sehen / Nicht sehen, was direkt vor einem liegt.

Provérbios