Quem aceita ou participa em coisas rudes ou pouco requintadas não deve exigir tratamento ou bens finos; as escolhas determinam as consequências.
Versão neutra
Quem aceita coisas rudes não pode exigir tratamento refinado.
Faqs
Qual é a origem deste provérbio? A origem exacta não está documentada; trata-se provavelmente de um provérbio rural e regional transmitido oralmente.
O que significa 'desinço' neste contexto? ‘Desinço’ parece ser uma forma dialectal/arcaica; no contexto do provérbio transmite a ideia de isenção de direitos àquilo que é fino ou arrumado — em suma, incompatibilidade entre comportamento rude e exigência de requinte.
É adequado usar este provérbio no trabalho? Usar pode ser percetido como directo ou julgador; em ambientes profissionais é preferível expressar a ideia de forma mais neutra, destacando responsabilidades e consequências sem ridicularizar.
Notas de uso
Provérbio de uso coloquial e regional; serve para censurar incoerência entre actuação e expectativas.
Pode ser dirigido a alguém que exige privilégios ou cuidados que não condizem com o comportamento anterior.
Usar com cuidado: pode soar censurador ou insensível quando as más escolhas resultam de necessidade económica.
Exemplos
Depois de recusar o convite para a refeição formal e preferir a tasca da esquina, não tem motivo para reclamar da louça de cerâmica — quem come focinho de porco, é desinço de louça.
Se preferiste trabalhos mal pagos e cheios de improviso, não podes agora exigir condições luxuosas; quem aceita o rudo, não pode pedir requinte.
Variações Sinónimos
Quem aceita o rudo não pode exigir o requintado.
Quem escolhe o barato não pode exigir o caro.
Relacionados
Quem faz a cama há-de deitar-se nela.
Cada qual colhe o que semeia.
Contrapontos
Nem sempre escolhas rudes são voluntárias; pobreza ou falta de alternativas podem forçar opções pouco requintadas.
Criticar alguém por aceitar o que a circunstância impõe pode ser injusto; distinguir escolha de necessidade é importante.
Equivalentes
Português (variantes comuns) Quem faz a cama há-de deitar-se nela.
Inglês You reap what you sow. / You made your bed, now lie in it.
Espanhol Quien siembra vientos, recoge tempestades. (aprox.: responsabilizar-se pelas consequências das próprias escolhas)