Quem come pela mão de outrem, tarde se satisfaz.
Quem depende dos outros para obter o necessário costuma demorar a ficar satisfeito ou a ter garantias de recebimento.
Versão neutra
Quem depende da ajuda alheia para comer demora a ficar satisfeito.
Faqs
- O que significa este provérbio na prática?
Significa que depender continuamente de terceiros para satisfazer necessidades normalmente conduz a insegurança, atrasos ou insuficiência; promove-se a ideia de autonomia. - É ofensivo dizer isto a alguém em dificuldades?
Pode ser interpretado como crítico ou insensível se dirigido a quem precisa de ajuda. É preferível considerar o contexto e evitar estigmatizar quem depende temporariamente de apoio. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer alertar para os riscos da dependência prolongada (por exemplo em debates sobre trabalho, finanças pessoais ou gestão), usando-o de forma reflexiva e não para humilhar.
Notas de uso
- Usa-se em sentido figurado para criticar dependência excessiva de terceiros (ajuda, favores, rendimentos).
- Registo: sobretudo informal e proverbial; adequado em conversas, textos de opinião e reflexão, menos em contextos técnicos ou jurídicos.
- Não é um conselho absoluto: refere-se a situações de dependência prolongada e falta de autonomia, não a ajudas pontuais ou a relações de cuidado.
- Pode ter conotação moralizante ou crítica, pelo que deve ser usado com cuidado para não estigmatizar pessoas em situação de necessidade.
Exemplos
- Depois de meses sem emprego, percebeu que viver sempre de esmolas não dava segurança: quem come pela mão de outrem, tarde se satisfaz.
- Numa reunião sobre a identidade da empresa, o gerente advertiu: não esperem que clientes ou parceiros nos sustentem para sempre — quem come pela mão de outrem, tarde se satisfaz.
Variações Sinónimos
- Quem vive à custa dos outros, não se farta depressa.
- Quem come da mão alheia, pouco se sacia.
- Quem vive de esmola, sempre tem fome.
Relacionados
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (valorização do que se tem)
- Cada um por si e Deus por todos (ênfase na autosuficiência)
- Quem não arrisca, não petisca (tomar iniciativa para não depender)
- Quem semeia, colhe (responsabilidade pessoal pelos resultados)
Contrapontos
- Em circunstâncias de pobreza, doença ou crise, aceitar ajuda é muitas vezes necessário e legítimo; o provérbio não serve para culpar vítimas.
- Sistemas de proteção social e redes de apoio podem ser essenciais para recuperar autonomia; a dependência temporária nem sempre resulta em insatisfação permanente.
Equivalentes
- Inglês
He who eats from another's hand is slow to be satisfied. - Espanhol
Quien come de la mano ajena, tarde se sacia. - Francês
Qui mange de la main d'autrui tarde se rassasie. - Italiano
Chi mangia dalla mano degli altri, tardi si sazia. - Alemão
Wer aus der Hand anderer isst, wird schwer gesättigt.