Aviso de que dar algo com pressa ou sem cuidado pode tornar a dádiva insuficiente ou inapta, obrigando a repetir o gesto.
Versão neutra
Se se dá algo de forma apressada ou sem cuidado, é provável que seja necessário dar novamente.
Faqs
O que significa exactamente este provérbio? Significa que uma dádiva ou ajuda feita de forma apressada, sem reflexão ou qualidade, pode não ser adequada e exigir uma segunda intervenção, tornando o gesto mais caro ou inútil.
Quando é apropriado usar este provérbio? Quando se quer avisar alguém contra decisões precipitadas relativas a gastos, favores, consertos ou ofertas, ou para criticar gestos superficiais feitos por obrigação.
Pode ser ofensivo usar este provérbio ao comentar um presente? Sim — pode soar crítico ou ingrato se dito sobre um presente pessoal. É mais adequado em conselhos gerais sobre prudência do que como comentário direto a quem ofereceu algo.
Tem origem histórica conhecida? É um provérbio de origem popular transmitido oralmente; não há registo claro de autor ou primeira ocorrência documental conhecida.
Notas de uso
Aplica-se a dinheiro, presentes, favores e trabalhos: se a oferta for apressada ou mal pensada, pode não resolver o problema.
Usado frequentemente como conselho prudencial em família, finanças e situações de ajuda, para encorajar ponderação e qualidade.
Pode ter um tom crítico quando se refere a gestos feitos por obrigação, vergonha ou para livrar-se de uma situação, em vez de por genuína vontade.
Também pode empregar-se ironicamente quando uma primeira tentativa falha e segue uma nova despesa ou esforço.
Exemplos
O João emprestou cem euros sem pedir garantias e agora tem de pagar juros; quem dá depressa, dá duas vezes.
Na hora de arranjar a canalização, não aceites o serviço mais barato sem garantias — quem dá depressa, dá duas vezes.
Ela ofereceu um presente embrulhado às pressas e a forma rasgou-se logo; foi preciso comprar outro.
Variações Sinónimos
Quem dá com pressa, dá por dois.
Quem dá de ânimo leve, dá duas vezes.
Dar às pressas é dar em vão.
Relacionados
O barato sai caro.
A pressa é inimiga da perfeição.
O que vem fácil vai fácil.
Contrapontos
Em situações de emergência (salvar alguém, dar primeiros socorros), agir rápido é essencial — dar depressa pode salvar vidas e não implica ter de 'dar duas vezes'.
Às vezes um gesto rápido de generosidade evita constrangimento imediato ou proporciona alívio; o provérbio não invalida a utilidade da prontidão.
Dar rapidamente por respeito (por exemplo, aceitar um convite no momento) pode ser apropriado; o provérbio refere-se sobretudo à falta de cuidado ou qualidade.