Quem dá o pão sem castigo, não vai ao paraíso.
Advertência de que a indulgência sem correção — sobretudo na educação ou na caridade — não traz a recompensa moral ou espiritual esperada.
Versão neutra
Quem dá o sustento sem corrigir, não alcança a recompensa esperada.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que a mera provisão material (o «pão») sem imposição de limites ou correcção (o «castigo») é vista como incompleta e pode não conduzir à recompensa moral ou espiritual. Refere‑se sobretudo a opiniões sobre disciplina e educação. - Será que 'castigo' implica sempre punição física?
'Castigo' no provérbio pode significar várias formas de correcção — desde sanções simbólicas até métodos físicos. No uso contemporâneo, é aconselhável interpretar como limites e orientação, evitando violência. - É adequado usar este provérbio hoje?
Depende do contexto. Pode ser útil para discutir a importância de ensinar responsabilidade, mas deve ser usado com cautela para não legitimar práticas punitivas ou retiradas de apoio social.
Notas de uso
- Usa‑se em contexto moralizador: educação de filhos, correção de comportamentos ou críticas à ajuda concedida sem exigência de mudança.
- Tom frequentemente normativo; pode soar severo ou desatualizado em contextos contemporâneos.
- O termo 'castigo' pode referir tanto sanção simbólica (correcção, limites) como castigo físico; hoje recomenda‑se interpretação não‑violenta.
- Evita‑se como justificação para maus‑tratos; o provérbio reflete valores tradicionais sobre disciplina, não um encorajamento automático à violência.
Exemplos
- Os vizinhos comentaram que era preciso pôr regras na educação das crianças; o avô respondeu: «Quem dá o pão sem castigo, não vai ao paraíso.»
- No debate sobre ajuda social, alguns defenderam apoio condicional e outros lembraram que «quem dá o pão sem castigo» corre o risco de perpetuar dependências.
Variações Sinónimos
- Quem dá pão sem açoite, não vai ao céu (variação dialectal)
- Quem poupa a vara, estraga o filho (paralelo conhecido)
- Dar sem corrigir é pior que não ensinar
Relacionados
- Disciplina na educação
- Caridade e formas de ajuda
- Provérbios morais portugueses
- Ética religiosa e recompensa
Contrapontos
- Ajuda incondicional pode ser vista como expressão de compaixão e não necessariamente prejudicial.
- A ideia de 'castigo' como correção física é contestada: métodos educativos contemporâneos privilegiam limites sem violência.
- Aplicar o provérbio de forma literal pode justificar abuso; é importante distinguir entre correcção pedagógica e punição abusiva.
Equivalentes
- inglês
Spare the rod and spoil the child (paralelo sobre disciplina na educação) - espanhol
Quien da pan sin castigo no va al cielo (variação direta em espanhol)