Quem há as feitas, há as suspeitas.
Quando alguém já cometeu ações duvidosas ou tem antecedentes, tende a ser alvo de suspeitas quando surgem problemas semelhantes.
Versão neutra
Quem tem precedentes suscita suspeitas.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que o passado ou atos anteriores de alguém tendem a gerar desconfiança quando surgem novas situações semelhantes; é uma observação sobre a ligação entre antecedentes e suspeitas. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer justificar cautela perante alguém com historial suspeito, mas deve sempre acompanhar‑se a necessidade de investigação e provas para evitar injustiças. - Pode este provérbio ser prejudicial?
Sim. Usado sem fundamento, pode alimentar estigmas e preconceitos, levando a decisões injustas. Deve ser temperado pela exigência de prova e pelo princípio da presunção de inocência. - Tem origem histórica conhecida?
Não há registo preciso da sua origem; trata‑se de um dito popular com formulação arcaica, transmitido oralmente.
Notas de uso
- Usa‑se para justificar cautela ou desconfiança perante quem tem historial de comportamentos ofensivos, ilícitos ou pouco claros.
- Não é uma prova de culpa; expressa apenas a tendência humana de ligar passado e presente.
- Pode ser usado de forma racional (atenção a sinais) ou abusiva (preconceito/estigmatização).
- Forma arcaica: a construção «há as feitas» reflete um português mais antigo; em registo atual recomenda‑se uma versão modernizada.
Exemplos
- Quando surgiu mais um erro nas contas, o contabilista que já tinha sido acusado noutro episódio foi o primeiro a ser alvo de perguntas — «quem há as feitas, há as suspeitas», disse o diretor.
- É perigoso basear decisões só em antecedentes: embora «quem há as feitas, há as suspeitas», isso não substitui uma investigação com factos e provas.
Variações Sinónimos
- Quem tem antecedentes suscita suspeitas.
- Onde há feitos, há suspeitas.
- Onde há fumo, há fogo (variante próxima em sentido).
Relacionados
- Onde há fumo, há fogo.
- Inocente até prova em contrário (contraponto jurídico/ético).
- Quem semeia ventos colhe tempestades (relacionado em termos de causa e consequência).
Contrapontos
- Suspeita não equivale a prova: a presunção de inocência é princípio jurídico e moral.
- Julgamentos apenas pelos antecedentes podem ser injustos e perpetuar discriminação.
- É necessário distinguir entre prudência preventiva e difamação baseada em rumores.
Equivalentes
- Inglês
Where there's smoke, there's fire. - Espanhol
Donde hay humo, hay fuego. - Francês
Il n'y a pas de fumée sans feu. - Alemão
Wo Rauch ist, da ist auch Feuer.