Quem melhor serve, pior guardião há.
Aquele que presta mais serviço ou é mais familiar com algo tende a ser menos zeloso ao guardá‑lo — por excesso de confiança ou de intimidade.
Versão neutra
A pessoa que mais serve tende a ser pior guardiã.
Faqs
- O que exactamente quer dizer este provérbio?
Significa que a pessoa que serve ou está mais próxima de algo tende a descuidar‑se na sua guarda por excesso de confiança, intimidade ou por partilhar conhecimentos que facilitam a apropriação. - Quando devo usar este provérbio?
Ao alertar contra confiar bens, segredos ou controlo exclusivo a alguém muito envolvido ou íntimo do assunto, especialmente se não houver mecanismos de supervisão. - É uma visão discriminatória ou antiquada?
É um juízo generalizador típico de provérbios populares. Serve como aviso prático, não como condenação absoluta; convém avaliar caso a caso e aplicar controlos em vez de desconfianças permanentes.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir contra confiar bens, segredos ou responsabilidades a quem lida frequentemente com eles ou a quem é próximo.
- Refere‑se tanto a serviçais, empregados ou familiares quanto a pessoas muito envolvidas num processo — a familiaridade pode reduzir a vigilância.
- Não é uma regra absoluta: serve como cautela prática ao delegar responsabilidades, sobretudo quando faltam contrapartidas de vigilância ou controlo.
Exemplos
- Deixámos as chaves e alguns objetos de valor com a empregada porque ela era incansável; depois percebemos que, como dizia o provérbio, quem melhor serve, pior guardião há.
- Ao distribuir as tarefas na equipa, o gerente evitou entregar o acesso aos cofres informáticos ao colaborador mais ligado ao dia a dia — por precaução: quem melhor serve, pior guardião há.
Variações Sinónimos
- Quem bem serve, mal guarda.
- Quem melhor serve, pior guarda.
- Quem muito serve, pouco guarda.
Relacionados
Contrapontos
- Uma pessoa que serve bem pode também ter elevado sentido de responsabilidade e, portanto, ser um bom guardião — a competência implica cuidado.
- Medidas de controlo (registos, auditorias, rotatividade de responsabilidades) reduzem o risco associado à familiaridade, invertendo a situação descrita pelo provérbio.
Equivalentes
- es
Quien bien sirve, mal guarda. - en
Familiarity breeds contempt (aprox.). - en
Too many cooks spoil the broth (relacionado por sobreenvolvimento).