Quem muito tem, muito vale; nada tens, nada vales.
Expressa a ideia de que, socialmente, o valor atribuído a uma pessoa costuma depender das suas posses materiais.
Versão neutra
A sociedade tende a atribuir maior reconhecimento a quem possui mais bens materiais.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
Trata-se de um provérbio popular de origem incerta, transmitido pela tradição oral em comunidades de língua portuguesa e com ecos em outras línguas. - O provérbio é aceitável hoje em dia?
Pode ser usado para descrever realidades sociais, mas é redutor e potencialmente ofensivo se aplicado como juízo de valor absoluto; recomenda-se cautela e contextualização crítica. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer criticar ou ilustrar situações em que riqueza e posses determinam tratamento ou respeito, especialmente em discurso coloquial ou analítico. - Existe uma versão mais neutra?
Sim: «A sociedade tende a atribuir maior reconhecimento a quem possui mais bens materiais», que descreve o fenómeno sem julgar individualmente.
Notas de uso
- Usado para comentar atitudes sociais que valorizam riqueza e estatuto económico.
- Freqüentemente proferido de forma crítica ou resignada, para lamentar injustiças sociais.
- Também pode ser usado ironicamente para destacar superficialidade ou hipocrisia.
- Registo coloquial; em contextos formais convém explicar ou moderar, por ser redutor.
Exemplos
- No debate sobre a atribuição de favores, comentou-se: «Quem muito tem, muito vale; nada tens, nada vales», para criticar o favoritismo aos ricos.
- Ao recusar a candidatura do voluntário por falta de contactos, o diretor murmurou a ideia implícita do provérbio: «Quem muito tem, muito vale; nada tens, nada vales.»
- Usada com ironia: «Claro, aqui quem tem relógio de ouro tem sempre razão — quem muito tem, muito vale; nada tens, nada vales.»
Variações Sinónimos
- Quem muito tem, muito vale; quem nada tem, nada vale.
- Quem tem, vale; quem não tem, não vale.
- Valor aos ricos, desprezo aos pobres (variante crítica).
- Quem possui manda; quem não possui não manda (variante focada no poder).
Relacionados
- Dinheiro chama dinheiro.
- Quem não tem, não manda.
- Aparências iludem (como contraponto às aparências de valor).
Contrapontos
- O valor de uma pessoa não se mede pelas posses materiais.
- Dignidade e direitos são independentes da riqueza.
- Competência, caráter e contribuição social também são critérios legítimos de avaliação.
Equivalentes
- Inglês (tradução literal)
He who has much is worth much; you have nothing, you are worth nothing. - Espanhol
Quien mucho tiene, mucho vale; nada tienes, nada vales. - Francês
Qui a beaucoup, vaut beaucoup; qui n'a rien, ne vaut rien. - Alemão
Wer viel hat, ist viel wert; hat er nichts, so ist er nichts wert.