Quem não me crê, verdade não me diz.
Sugere que a falta de confiança impede a comunicação da verdade: quem não acredita numa pessoa tende a não lhe dizer a verdade ou a recusá‑la.
Versão neutra
Quem não me acredita, não me conta a verdade.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Indica que a falta de confiança condicionalmente impede a obtenção da verdade: ou se acusa o descrente de não dizer a verdade, ou afirma‑se que, por descrença, as pessoas não revelam a verdade. - É apropriado usar este provérbio numa conversa moderna?
Sim, mas com cautela. A formulação original é um pouco arcaica e pode soar acusatória; é preferível clarificar a ideia usando linguagem directa e procurando evidências. - Tem origem histórica conhecida?
Não há registo de autor ou data exacta; trata‑se de um provérbio popular transmitido oralmente na tradição de língua portuguesa. - Como evitar mal‑entendidos ao aplicar este provérbio?
Explique o que quer dizer, evite imputar culpa sem provas e incentive a apresentação de factos em vez de presumir intenção.
Notas de uso
- Pode servir para acusar alguém de desonestidade por não acreditar numa afirmação.
- Também se usa para sublinhar a ligação entre confiança e abertura na comunicação — sem confiança, é difícil obter sinceridade.
- A construção é arcaica; hoje é comum adaptá‑la com verbos e pronomes mais diretos (por ex. «Quem não me acredita, não me diz a verdade»).
- Está ambígua: pode ler‑se tanto como afirmação sobre o descrente (ele não diz a verdade) como sobre a consequência da descrença (não lhe é dita a verdade).
- Usar com cuidado em contexto formal: pode soar acusatório.
Exemplos
- Quando expliquei o que aconteceu, ele disse que não me acreditava — quem não me crê, verdade não me diz, pensei eu.
- Numa discussão de família, a avó suspirou: «Quem não me crê, verdade não me diz» — havia demasiada desconfiança para se falar claramente.
- O chefe desconfiou do relatório e manteve reservas: sem confiança, quem não me crê, verdade não me diz, por isso pediu provas.
Variações Sinónimos
- Quem não me acredita, não me conta a verdade.
- Quem não confia em mim, não me dirá a verdade.
- Se não confias, não esperes sinceridade.
Relacionados
- A mentira tem pernas curtas.
- Confia, mas verifica.
- A confiança é a base da comunicação.
Contrapontos
- A descrença não prova desonestidade: duas partes podem ter evidências diferentes ou interpretações diversas.
- Às vezes quem não fala a verdade faz‑o por medo, proteção ou erro, não necessariamente por malícia.
- Promover verificação e prova é preferível a acusar imediatamente de mentira quem não acredita.
Equivalentes
- Espanhol
Quien no me cree, no me dice la verdad. - Inglês
He who does not believe me does not tell me the truth. - Francês
Qui ne me croit pas, ne me dit pas la vérité.