Quem não pode vingar-se do senhor, vinga-se do criado.
Quando alguém não consegue obter justiça ou vingança contra quem tem poder, descarrega a hostilidade sobre pessoas de escalões inferiores.
Versão neutra
Quem não consegue vingar-se do superior, vinga-se do subordinado.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer criticar ou descrever uma situação em que a hostilidade ou punição é desviada para alguém menos poderoso por incapacidade de atingir o verdadeiro responsável. - O provérbio promove a vingança?
Não. O provérbio descreve um comportamento observado — frequentemente com sentido crítico — e não o recomenda. Serve para apontar injustiça e dinâmica de poder. - É adequado usá-lo em contexto profissional?
Sim, se usado com cuidado e para criticar práticas de gestão ou relações de poder. Evite usá-lo de forma acusatória sem evidências, pois pode inflamar tensões.
Notas de uso
- Usa-se para descrever casos de substituição de alvo — scapegoating — quando o verdadeiro responsável é inacessível.
- Tem um tom crítico: expõe injustiça social e relações de poder assimétricas; frequentemente citado em análises de ambiente laboral ou político.
- Registo: coloquial; adequado em comentários sociais, jornalísticos ou académicos sobre comportamentos de vingança ou abuso de poder.
- Não é um encorajamento à vingança; é um comentário sobre padrões de comportamento que prejudicam terceiros.
Exemplos
- No escritório, o gerente é intocável; quem se sente prejudicado acaba por culpar e maltratar o estagiário — quem não pode vingar-se do senhor, vinga-se do criado.
- Quando a população se sente impotente contra as decisões do governo, muitas vezes a frustração volta-se contra funcionários locais: é um caso típico de 'quem não pode vingar-se do senhor, vinga-se do criado'.
- Em discussões familiares, se ninguém quer confrontar o patriarca, as críticas são dirigidas aos mais novos — a expressão descreve precisamente esse desvio de hostilidade.
Variações Sinónimos
- Se não podes alcançar o chefe, descarregas sobre o empregado.
- Quem não pode atingir o patrão, atinge o mensageiro.
- Quando não se pode ferir o alto, ferem-se os baixos.
Relacionados
- Não mates o mensageiro (Don't shoot the messenger) — critica atacar intermediários em vez do responsável.
- A vingança é um prato que se serve frio — sobre a própria ideia de vingança prolongada.
- Escapegoating / Culpabilização de bodes expiatórios — conceito sociológico próximo.
Contrapontos
- Perdoar é a melhor vingança — sugere que perdoar é uma resposta mais nobre e eficaz.
- Não faças aos outros o que não queres que te façam — princípio ético que desencoraja represálias.
- Justiça, não vingança — apela à resolução através de meios legais e imparciais.
Equivalentes
- inglês
If you can't get at the master, you take it out on the servant. - espanhol
Quien no puede vengarse del señor, se venga del criado. - francês
Qui ne peut se venger du maître se venge du domestique. - alemão
Wer sich am Herrn nicht rächen kann, rächt sich am Diener.