Quem nasceu para dez-réis, nunca chega a ser pataca.

Quem nasceu para dez-réis, nunca chega a ser pata ... Quem nasceu para dez-réis, nunca chega a ser pataca.

Sugere que a condição ou destino económico/social de alguém é difícil de alterar — quem nasce em pouca fortuna raramente enriquece.

Versão neutra

Quem nasce para pouco dificilmente se torna rico.

Faqs

  • O que eram 'dez-réis' e 'pataca'?
    Réis foram a unidade monetária em Portugal até 1911; 'dez‑réis' refere‑se a uma soma pequena. 'Pataca' foi uma moeda usada em colónias e também em Macau; simboliza algo de maior valor. No provérbio, servem de metáfora para condição económica.
  • É um provérbio ofensivo?
    Depende do contexto. Por si só é fatalista e pode ser visto como redutor ou estigmatizante quando usado para justificar desigualdades sociais. Em tom irónico ou histórico, pode não ser ofensivo.
  • Ainda se usa hoje em dia?
    Sim, sobretudo em contextos coloquiais e regionais. É menos comum entre falantes que preferem evitar expressões fatalistas que naturalizam a pobreza.

Notas de uso

  • Usa‑se para comentar ou justificar limitações percebidas na vida de uma pessoa (rendimento, posição social, oportunidades).
  • Tem um tom fatalista: pressupõe que origem ou sorte limitam o progresso individual.
  • Pode ser usado com humor ou ironia, mas também pode reforçar estereótipos sobre pobreza e mobilidade social.
  • Não é apropriado quando se pretende incentivar esforço, igualdade de oportunidades ou mudança social.

Exemplos

  • Quando lhe ofereceram o mesmo trabalho de sempre, ele suspirou: 'Quem nasceu para dez-réis, nunca chega a ser pataca', resignando‑se à rotina.
  • Diziam‑lhe que podia tentar cursos e mudar de vida, mas a família respondia com o provérbio, mostrando desconfiança sobre a possibilidade de subir na vida.

Variações Sinónimos

  • Quem nasceu para tostão, nunca é milhão.
  • Quem nasce pobre morre pobre. (variação mais directa e crua)
  • Nascido para pouco, pouco será.

Relacionados

  • Cada macaco no seu galho. (insiste na ideia de papéis fixos)
  • Quem parte e reparte fica com a melhor parte. (reflexões sobre sorte e destino económico)

Contrapontos

  • Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. (perseverança pode mudar a situação)
  • Quem corre por gosto não cansa. (esforço e vontade pessoal como motor de mudança)
  • Nunca é tarde para aprender. (mudança possível com iniciativa)

Equivalentes

  • inglês
    You can't make a silk purse out of a sow's ear. (implica que não se pode transformar completamente a natureza de algo)
  • espanhol
    El que nace para maceta no sale del corredor. (variação popular que expressa destino fixo)
  • francês
    On ne fait pas d'un âne un cheval de course. (significa que não se transforma a natureza ou aptidão essencial)

Provérbios