Quem por trabalhos não passa, bem pouco sente os alheios.
Quem não sofreu dificuldades pessoais tende a ter pouca empatia pelo sofrimento dos outros.
Versão neutra
Quem nunca passou por dificuldades sente pouco o sofrimento alheio.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado em conversas ou textos que discutam empatia, responsabilidade social ou a importância da experiência pessoal para compreender o outro. Deve usar-se com cautela para não parecer insensível. - O provérbio é ofensivo?
Não é intrinsecamente ofensivo, mas pode ser interpretado como acusatório se dito directamente a alguém que aparenta falta de compaixão. Use-o em contexto explicativo ou reflexivo. - Tem equivalentes noutras línguas?
Sim. Muitas línguas têm expressões semelhantes que destacam a relação entre experiência pessoal de sofrimento e capacidade de empatia.
Notas de uso
- Usa-se para lembrar que a empatia muitas vezes nasce da experiência pessoal de sofrimento.
- Tom: pode soar crítico ou moralizador; adequado em contextos reflexivos ou educativos, menos em situações que exijam sensibilidade imediata.
- Registo: popular e proverbial; aceitável em linguagem corrente, menos próprio em textos muito formais sem justificação.
Exemplos
- Quando o chefe não aceitou a reclamação dos trabalhadores, um colega comentou: 'Quem por trabalhos não passa, bem pouco sente os alheios'.
- Ao pedir mais apoio para quem ficou desempregado, a activista lembrou: 'Quem por trabalhos não passa, bem pouco sente os alheios', e pediu programas de empatia e formação.
- Num debate sobre cortes sociais, alguém observou que os decisores que nunca enfrentaram privação tendem a subestimar o problema: 'Quem por trabalhos não passa, bem pouco sente os alheios.'
Variações Sinónimos
- Quem nunca sofreu não sabe sofrer pelos outros.
- Quem não passou por isto, pouco compadece.
- Sem experiência do sofrimento, pouca compaixão se tem.
Relacionados
- Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.
- Não há maior miséria do que a que não se conhece.
- A experiência é a mãe da ciência (no sentido de que a experiência ensina a compreender)
Contrapontos
- A empatia pode ser aprendida através da educação e da escuta atenta, mesmo sem experiência direta.
- A solidariedade não exige necessariamente sofrimento pessoal prévio; existam razões morais e racionais para compadecer.
- Profissionais formados (psicólogos, assistentes sociais) desenvolvem empatia sem precisar passar por todas as experiências dos outros.
Equivalentes
- inglês
He who has not suffered little feels for others' suffering. - espanhol
Quien no pasa por trabajos, poco compadece a los demás. - francês
Qui n'a pas traversé d'épreuves ressent peu la douleur d'autrui. - alemão
Wer kein Leid erfahren hat, empfindet wenig Mitleid mit anderen.