Quem quer o filho ladrão, tira‑lhe o pão

Quem quer o filho ladrão, tira-lhe o pão.
 ... Quem quer o filho ladrão, tira-lhe o pão.

Se alguém priva outra pessoa das condições básicas (alimentação, sustento, educação), contribui para que essa pessoa recorra ao roubo ou a actos desesperados.

Versão neutra

Se privares um filho do pão, tornar‑se‑á ladrão.

Faqs

  • O provérbio justifica o roubo?
    Não. O provérbio destaca uma relação de causa e efeito social: a privação pode levar ao crime, mas não o justifica moralmente. Serve como advertência para evitar criar condições que fomentem a delinquência.
  • Quando é apropriado usar este provérbio?
    Ao discutir políticas sociais, educação parental, medidas económicas ou situações em que a falta de meios pode empurrar alguém para actos ilícitos. É adequado em discursos que criticam cortes de apoio ou negligência.
  • É um provérbio comum em Portugal?
    É um dito tradicional com tom popular; pode surgir em linguagem coloquial ou em textos que abordem causas sociais, embora hoje se usem também formas modernizadas.

Notas de uso

  • Usado para criticar práticas que geram pobreza ou privação e, consequentemente, o crime.
  • Aplica-se tanto a pais/educadores que negligenciam os filhos como a autoridades e políticas que retiram meios de subsistência.
  • Frase com construção arcaica — hoje costuma adaptar‑se a formas mais directas.
  • Não é deterministicamente justificativa do crime; serve como aviso sobre causas sociais e resultados previsíveis.

Exemplos

  • O dirigente escreveu que cortar apoios sociais sem alternativas é perigoso — quem quer o filho ladrão, tira‑lhe o pão.
  • Na conversa sobre reforma laboral disse‑se que desemprego prolongado empurra as pessoas para actos ilícitos; é o princípio do ‘quem quer o filho ladrão, tira‑lhe o pão’.

Variações Sinónimos

  • Quem tira o pão ao filho, faz dele ladrão.
  • Tirar o sustento a alguém é preparar-lhe o crime.
  • Privar alguém do necessário é conduzi‑lo à delinquência.

Relacionados

  • Quem não tem pão, que coma bolos (irónico).
  • Mais vale prevenir do que remediar.
  • A necessidade aguça a imaginação.

Contrapontos

  • A decisão individual e a responsabilidade moral também influenciam as escolhas — a privação não justifica automaticamente o crime.
  • Existem casos em que a existência de alternativas e apoio social impede a delinquência mesmo em condições adversas.
  • Enfatizar só a causa material pode ocultar fatores culturais, psicológicos e legais que também determinam o comportamento.

Equivalentes

  • Inglês
    If you take away a person's livelihood, you make a thief of them.
  • Espanhol
    Quien quita el pan al hijo, hace ladrón.
  • Francês
    Si l'on prive quelqu'un de son pain, on en fait un voleur.