Quem quer ser cão encontra sempre uma trela
Quem se dispõe a assumir uma posição submissa ou dependente acabará por encontrar quem o controle ou limite.
Versão neutra
Quem se coloca numa posição submissa tende a encontrar regras, limitações ou quem as imponha.
Faqs
- O provérbio é ofensivo?
O provérbio usa metáfora forte e pode soar ofensivo se aplicado directamente a alguém. Normalmente é crítico e funciona melhor em comentários gerais ou privados. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais para comentar comportamentos de submissão voluntária ou falta de autonomia. Evitar em contextos formais ou ao criticar alguém de forma pessoal. - Significa que qualquer submissão é má?
Não necessariamente. O provérbio alerta para os riscos da submissão voluntária, mas não distingue entre submissão prejudicial e disciplina voluntária ou proteção legítima. - Tem origem conhecida?
Não há origem documentada conhecida; trata‑se de uma construção proverbial popular que circula em língua portuguesa.
Notas de uso
- Usa-se para criticar quem aceita voluntariamente submissão, exploração ou restrições.
- Tom geralmente crítico ou didáctico; registros informais e coloquiais.
- Pode ser dirigido a terceiros ou usado autocriticamente para reconhecer escolhas próprias.
- Evitar em contextos formais ou ao falar diretamente com alguém que possa considerar-se insultado.
Exemplos
- No trabalho, recusou defender as suas ideias e agora tem menos responsabilidade: quem quer ser cão encontra sempre uma trela.
- Ela aceitou todas as exigências do parceiro sem negociar; como diz o provérbio, quem quer ser cão encontra sempre uma trela — perdeu parte da sua liberdade.
- Quando um país abdica da sua autonomia, acaba por aceitar condições que restringem a sua decisão: quem se submete, encontra depois a trela.
Variações Sinónimos
- Quem se submete arranja quem mande.
- Quem procura serventia encontra senhor.
- Quem quer ser servo, arranja senhor.
Relacionados
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre consequências de escolhas).
- Quem tudo quer, tudo perde (sobre trade-offs nas decisões).
- Cada um colhe o que planta (responsabilidade pelas próprias ações).
Contrapontos
- Nem todas as restrições externas são negativas: disciplina voluntária pode conduzir a progresso e segurança.
- Aceitar orientação não é necessariamente submissão; em certos contextos (e.g., aprendizagem, cuidados de saúde) a dependência é temporária e útil.
- A metáfora pode esquecer fatores estruturais onde a pessoa não tem escolha verdadeira; há situações de coerção real, não apenas de opção.
Equivalentes
- inglês
He who wishes to be a dog will always find a leash. (paraphrase: If you choose to be subservient, you'll find someone to control you.) - espanhol
Quien quiere ser perro siempre encuentra correa. (paráfrasis: quien se somete, encuentra quien le imponga límites.)