Quem sabe do barco é o barqueiro

Quem sabe do barco é o barqueiro.

A pessoa com experiência ou responsabilidade sobre um assunto é quem melhor o conhece e deve ser ouvida ou consultada.

Versão neutra

Quem conhece o assunto é o especialista e deve ser ouvido.

Quando devo usar este provérbio?
Use-o ao defender que uma decisão prática deve ficar a cargo de quem tem experiência directa; evite-o quando for necessária participação ampla ou prestação de contas.
É rude dizer isto a alguém?
Pode ser interpretado como autoritário se usado para calar argumentos; é mais adequado como explicação factual de competência do que como corte final a um debate.
Significa que o especialista tem sempre razão?
Não — indica que o especialista tem mais conhecimento prático, mas a sua opinião pode e deve ser discutida e verificada quando necessário.
Existe um equivalente moderno?
Sim: expressões como «deixa isso ao especialista» ou «consulta quem percebe da matéria» cumprem a mesma função num registo mais contemporâneo.

Usa-se para justificar que uma decisão ou opinião deve ficar a cargo de quem tem experiência prática.
Serve para encerrar especulações de quem não participa directamente na tarefa, mas pode soar autoritário se usado para negar diálogo.
É apropriado em contextos técnicos, profissionais ou operacionais; menos adequado quando se exige participação democrática ou transparência.
Não equivale a infalibilidade: experiência não torna alguém imune ao erro.

Numa viagem ao estrangeiro, os colegas queriam discutir a rota, mas o líder disse: «Quem sabe do barco é o barqueiro», e deixou o capitão decidir a navegação.
Numa reunião sobre a manutenção da máquina, sugeri ouvir o técnico: quem mexe todos os dias sabe do barco.
Os moradores questionavam as obras, mas o empreiteiro explicou as soluções técnicas e lembrou que quem trabalha no projeto é quem melhor conhece os problemas.

A experiência não substitui prestação de contas — decisões de interesse público exigem transparência.
Delegar sempre ao 'especialista' pode silenciar perspectivas úteis e favorecer o paternalismo.
Um especialista pode estar enviesado ou desatualizado; é legítimo questionar e pedir justificação técnica.
Em decisões colectivas, a experiência é um dos factores a ponderar, não o único.