Quem sempre mente, vergonha não sente.
A mentira habitual leva à perda de pudor ou de vergonha: quem mente com frequência deixa de se envergonhar das suas falsidades.
Versão neutra
Quem mente repetidamente acaba por deixar de sentir vergonha.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que a prática constante da mentira tende a anular o sentimento de vergonha: quem mente repetidamente deixa de se envergonhar das suas mentiras e das suas ações desonestas. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando se quer criticar ou descrever uma atitude repetida de desonestidade, sobretudo em contexto informal ou em textos de opinião. Deve evitar‑se como acusação direta sem evidências. - É um juízo demasiado forte? Existem exceções?
É uma generalização moral; há exceções — mentiras por proteção, problemas psicológicos ou coerção podem explicar o comportamento sem implicar ausência total de vergonha.
Notas de uso
- Usa-se para comentar comportamentos repetidos de desonestidade ou hipocrisia, muitas vezes com tom crítico.
- Registo: informal a neutro; adequado em conversas, textos de opinião e advertências morais.
- Evitar usar como acusação direta sem provas: é julgamental e pode ferir relações.
- Aplica-se tanto a situações pessoais (familiares, amigos) como profissionais (colegas, figuras públicas).
Exemplos
- Depois de várias desculpas contraditórias e histórias inventadas, já ninguém estranha quando inventa algo — quem sempre mente, vergonha não sente.
- No debate público, os eleitos que repetidamente negavam factos acabaram por perder a vergonha e a confiança dos eleitores.
- A chefe percebeu que, apesar das promessas, o empregado continuava a mentir sobre prazos; a expressão adequada foi: quem sempre mente, vergonha não sente.
Variações Sinónimos
- Quem mente muito acaba por perder a vergonha.
- Quem mente sempre não tem vergonha.
- A mentira habitual apaga a vergonha.
Relacionados
- A mentira tem perna curta.
- Quem tudo quer, tudo perde.
- A verdade vem sempre ao de cima.
Contrapontos
- Nem toda a mentira habitual significa ausência de vergonha; em alguns casos há racionalização, transtornos psicológicos ou mentiras para proteção própria ou de terceiros (''white lies'').
- Em contextos culturais ou relacionais diferentes, a perceção de vergonha e de mentira varia; o provérbio generaliza um juízo moral.
- Há situações em que a pessoa mente por medo, pressão social ou coerção, o que exige abordagem empática e não apenas condenatória.
Equivalentes
- espanhol
Quien siempre miente, no siente vergüenza. - inglês
He who always lies feels no shame. - francês
Qui ment toujours n'a pas honte. - italiano
Chi mente sempre non prova vergogna. - latim (paráfrase)
Qui semper mentitur, pudorem non habet.